Editorial
Depois de amanhã
Um ato de cunho político coloca Bagé nos holofotes do Estado, talvez do País, na próxima segunda-feira. A Rainha da Fronteira foi escolhida para dar início a uma caravana de campanha eleitoral do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O fato, por si só, poderia ser apenas mais um, mas não é o que aparenta ser.
Primeiro pela simples questão de que, além de Lula, sua sucessora no comando do País, Dilma Rousseff, deverá acompanhá-lo. Ou seja, este chão de fronteira com o Uruguai terá, ao mesmo tempo, a presença de dois ex-presidentes. Isto, até algum tempo atrás, poderia ser algo a causar inveja a alguma cidade vizinha. Na atualidade, nem tanto. É, sim, um momento simbólico para os que aqui vivem e veem, em ambas personalidades, exemplos da política.
Por outro lado, o segundo motivo que deverá atrair a atenção de brasileiros de outros rincões é a mobilização iniciada por um grupo de pessoas, representantes de entidades de classe e lideranças de determinados setores, cujo objetivo é o contrário do buscado por filiados ou simpatizantes do PT. Visa assinalar contrariedade a presença do ex-presidente. O que, de maneira natural, ocasionará uma segunda mobilização.
Perante tais constatações, surge um terceiro motivador. Este uma legítima incógnita cerceada de questionamentos mentais. Como será o ato? E o embate? Haverá? O que acontecerá? Enfim. A próxima segunda-feira, o dia depois de amanhã, será uma data diferente que, querendo ou não, atrairá a atenção de uma parcela significativa dos daqui, e dos de lá.