Editorial
Agenda estratégica
O roteiro de visitas de gestores municipais iniciado ontem, em Brasília, e que terá sequência hoje, já demonstrou que, para viabilizar a destinação de recursos que auxiliem cidades atingidas pela estiagem a enfrentar as perdas, será necessária colaboração coletiva.
Pela metade Sul, são quase duas dezenas de municípios que vivem um cenário de penúria decorrente da seca. Nas áreas urbanas, exige-se economia e uso consciente do hídrico, ao mesmo tempo em que medidas mais custosas se mostram necessárias. Erguer novos reservatórios e estações de tratamento, bem como redes de distribuição, se apresentam não apenas como ações paliativas, mas essenciais para um futuro próximo, mesmo quando não houver mais estiagem. No campo, porém, a situação é ainda mais grave. Os prejuízos registrados nas lavouras não tem mais solução, de nada adianta ponderar o uso de água, até porque pouco há. O fato é que para os produtores, neste momento, o importante é crédito para arcar com os gastos gerados desde a preparação do solo, compra de insumos e plantio e que, em função da escassez de chuvas, não teve colheita, não gerando o aguardado retorno financeiro. As contas surgiram, mas o dinheiro para quitá-las não.
Os prejuízos são uma triste e verdadeira realidade. E de nada adianta o reconhecimento disto senão houver auxílio. No momento, Estado e União pouco contribuíram e, exatamente por isso, a união dos prefeitos se mostra fundamental. Como se sabe, sem pressão política, poucas vezes, demandas são atendidas. E, no caso atual, a agenda coletiva na capital federal foi estratégica, porque mais que solicitar colaborações pontuais, apresentou uma lista de demandas que atenda a todas as cidades.
Cabe ao governo, agora, demonstrar atenção a cada um dos pedidos, se postar como órgão de solução de demandas e não apenas como um ouvinte. O tempo se esgotou e é preciso resposta imediata.