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Opinião

Desenvolvimento sem ciência e tecnologia é possível?

Publicada em 24/03/2018

 

O grau de desenvolvimento de uma nação é diretamente proporcional ao volume de investimentos feitos em ciência e tecnologia. Deter conhecimento e aplicá-lo na capacidade de produção industrial é a força motriz que alavancou de forma exponencial o PIB de todas as economias desenvolvidas, sem exceção. Portanto, torna-se incompreensível e injustificável a maneira irresponsável com que nossos gestores públicos estão acelerando o processo de transferência de tecnologia nacional a empresas estrangeiras e, com ele, o trabalho, o talento e o portfólio inestimável acumulado por sucessivas gerações de profissionais brasileiros de diversas áreas. Entre elas, expressivamente, a engenharia.

 

No caso da Petrobras, corremos o risco de entregar de mão beijada às empresas estrangeiras toda a tecnologia de prospecção e exploração de petróleo em águas profundas, patrimônio da engenharia brasileira, a partir da partilha dos campos do pré-sal e do abandono da política de conteúdo local, um verdadeiro absurdo. No âmbito estadual, a extinção da FEPAGRO e da CIENTEC, fundações voltadas ao desenvolvimento tecnológico e serviços estratégicos, que deveriam permanecer nas mãos do Estado a fim de compatibilizar interesses sociais com os de mercado, é um monumental equívoco. Também é absurda e irracional a decisão do governo federal de sucatear o Polo Naval de Rio Grande e redirecionar as encomendas de plataformas para a indústria chinesa, levando para o oriente os milhares de empregos extintos na Região Sul, sob pretexto de que é mais barato produzir as plataformas fora do País, como se a questão fosse meramente o fluxo de caixa de uma empresa, e sem considerar a importância estratégica de manter empregos no Brasil. Empregos gerados não só em toda a cadeia produtiva, mas também nas demais áreas do comércio e serviços que giram no seu entorno. Situação verdadeiramente absurda neste momento de

altas taxas de desemprego.

 

Ainda no rol dos absurdos, surge agora a intenção do governo Temer de autorizar a venda do controle acionário da EMBRAER à BOEING, que até pode ser um bom negócio do ponto de vista comercial para ambas as empresas porque poderá abrir novos mercados mas que gera riscos e preocupações caso não sejam impostas medidas

de resguardo em relação às atividades de desenvolvimento e inovação da EMBRAER, incluindo tecnologias críticas e conteúdos tecnológicos e industriais nacionais. A EMBRAER é a terceira maior do planeta na indústria aeronáutica, detentora de tecnologia própria, uma preciosidade no setor. O controle acionário, que poderá ser assumido pela BOEING, não poderá permitir o acesso irrestrito aos processos de desenvolvimento e inovação da EMBRAER sob

pena de comprometer importantes projetos relacionados à defesa e à segurança nacional, além de pulverizar milhares de postos de trabalho especializados com a quebra da cadeia produtiva, transferida de bandeja para os Estados Unidos. Se concretizada esta transação sem os cuidados necessários, o País não só irá abrir mão do domínio da tecnologia aeronáutica, como também não terão continuidade projetos decisivos como o FX-2 (programa de reequipamento e modernização da frota de aeronaves militares supersônicas da FAB) e dos 36 caças Gripen, desenvolvidos em parceria com a empresa sueca SAAB, que incluem transferência de tecnologia para a EMBRAER.

Na contramão do que acontece no Brasil, testemunhamos que as nações emergentes como Índia e Indonésia, bem como as de economia industrial já consolidada como a China e a Coreia do Sul, investem maciçamente em ciência, tecnologia e na formação de engenheiros. Dados da Forbes, indicam que, a cada ano, são graduados apenas 81 mil novos profissionais de engenharia no Brasil. Enquanto isso, no Irã são 233 mil, nos Estados unidos, 237 mil e, na Rússia, quase meio milhão. Vale lembrar que no início dos anos 1980 o PIB industrial brasileiro superava a soma do chinês e do sul-coreano.

 

O processo de desindustrialização e o sucateamento da ciência e da tecnologia são pautas históricas e permanentes da atuação do Sindicato dos Engenheiros e da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE). Lutamos pelo desenvolvimento socioeconômico e pela consolidação da democracia, bandeiras hoje fortemente ameaçadas pela prepotência e pelo jogo de interesses, que não são os da sociedade brasileira. Em uma nação em que a corrupção

atingiu escalas estratosféricas, a liquidação do patrimônio público pode e deve pautar a campanha eleitoral que se avizinha, com clareza de objetivos e cercada de amplo e profundo debate sobre questões de fundo para o desenvolvimento nacional.

 

Diretoria do SENGE

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