Editorial
Ataques incessantes
Se o combate à criminalidade exigiu, no Rio de Janeiro, a decretação de uma intervenção federal, qual será a medida para o resto do País? Os registros de roubos e furtos, num âmbito bem local, no caso de Bagé, vêm sendo tão repetidos que chegou-se ao ponto de buscar-se bem mais que respostas. E não apenas paliativas, mas efetivas.
No final de semana, um ataque visivelmente bem montado, a uma conhecida óptica, resultou num prejuízo na ordem de R$ 200 mil para o estabelecimento. Dos males, por óbvio, este foi o menor. O assalto por um grupo armado rendeu funcionários e clientes. E, isto, de fato, é o alerta para que um sinal de perigo, em vermelho forte, seja acesso. Como chegamos a este ponto?
Não bastasse, o roubo de maior repercussão não foi o único. Aliás, vários vêm ocorrendo dia após dia. Reportagem publicada hoje mostra que o posto de saúde do bairro Malafaia foi alvo de vândalos por quatro vezes em apenas uma semana. E o mais assustador, se pode-se definir algo desse modo, é o fato que mesmo a existência de videomonitoramento, com segurança privada, não arrefece o ímpeto dos responsáveis por tais crimes.
Em meio a um ambiente tão conturbado, e que assusta os que aqui vivem, já passou da hora dos órgãos responsáveis por comandar o setor de segurança darem uma resposta. O Rio Grande do Sul tem reconhecido efetivo abaixo do necessário. Aliás, concursos para reforçar a gama de agentes, penitenciários, militares e civis vêm sendo abertos. Mas, como se sabe, é necessário tempo. Em paralelo, é fundamental a aplicação de recursos para ampliar a infraestrutura existente, e não apenas com novos veículos, mas em tecnologia que possibilite a melhoria dos serviços prestados.
Neste tempo de ataques incessantes, é urgente, também, respostas imediatas e, se necessário, também incessantes.