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Funcionários da CGTEE podem aderir ao Plano de Demissão Consensual anunciado pela Eletrobras
A Eletrobras anunciou, ontem, o lançamento do Plano de Demissão Consensual (PDC), que prevê o desligamento de mais de três mil funcionários, de várias empresas ligadas à Holding, entre elas a Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE), de Candiota.
De acordo com as informações da Agência Brasil, o plano projeta uma economia anual de R$ 890 milhões. O prazo final para aderir ao plano é 27 de abril, com oito turmas de desligamentos, no período de 30 de maio a 14 de dezembro deste ano.
Segundo comunicado da Eletrobras, são elegíveis ao PDC empregados que tenham, no mínimo, 10 anos de vínculo empregatício com a empresa, no momento do desligamento, considerando o limite de 14/12/2018; ou anistiados e reintegrados à empresa por meio da Comissão Especial Interministerial de Anistia – lei nº 8.878/1994 (neste caso não há exigência de tempo mínimo de empresa).
A Holding esclarece que o lançamento do PDC já estava previsto nas iniciativas de eficiência operacional e disciplina financeira que vêm sendo implementadas na companhia desde 2016. Para a empresa, a redução de quadro de pessoal busca um alinhamento dos custos da Eletrobras às tarifas, evitando prejuízos operacionais no futuro.
Sindicato aponta estratégia para viabilizar privatização
Enquanto a Holding enfatiza que a medida busca conter despesas e equilibrar as finanças, o Sindicato dos Eletricitários do Rio Grande do Sul (Senergisul) vê o plano como mais um passo em direção à privatização da companhia.
O diretor regional do sindicato, Genésio Avancini, explica que a categoria não avalia os planos de demissão voluntárias, em geral, de forma negativa. “Não temos nada contra porque cada um sabe onde aperta o sapato. O funcionário só irá aderir se for conveniente para ele”, destaca.
Contudo, o sindicalista analisa o PDC da Eletrobras de forma diferente: como uma tentativa de facilitar a privatização da Holding e suas subsidiárias. “Esta é mais uma ação de entreguismo da empresa pública para a empresa privada por um preço aviltante. A partir dos termos propostos e os fundamentos apresentados, percebemos essa estratégia de viabilizar a venda de porteira fechada, como se diz aqui no Sul”, aponta.
Avancini adianta, ainda, que a categoria já está analisando o PDC, listando os prós e contras do plano. O resultado deve ser apresentado em reunião voltada aos funcionários, ainda nesta semana. “Queremos divulgar e orientar a categoria para que eles entendam o que está em jogo”, afirma.