Cidade
Relógio do Calçadão funciona sob cuidados especiais
Para marcar o tempo, a estrutura implantada no dia 7 de setembro de 1983, no Calçadão de Bagé, recebe cuidados especiais. O relógio fabricado na França, há mais de um século, que pertencia ao Mercado Público, tem dois guardiões. A estrutura concentra as atenções do dono de uma banca de revistas, Roberto Luís Prates da Silva, 62 anos, e do responsável por seu conserto, o relojoeiro e ronda Luís Delmar Pereira de Melo, 48 anos, que desempenham papéis distintos para manter os ponteiros visíveis e ajustados.
Silva tem a missão diária de acender e apagar as luzes do relógio. A estrutura, que serve, na atualidade, como ponto turístico na Praça das Bandeiras (Calçadão), voltou a funcionar há poucos dias, após passar por reformas internas e revitalização externa. Melo, que é responsável pelo conserto e manutenção, conta que vai a cada dois dias no local 'dar corda' na máquina do relógio. Ele destaca que existe um mecanismo automático, mas adianta que ainda não está pronto.
Particularidades
O pêndulo do relógio foi roubado há alguns ano. Por isso, de acordo com Melo, que tem experiência no consertos de relógios, foi preciso improvisar uma nova peça. Ele observa, ainda, que as engrenagens estão um pouco desgastadas. Quando o sistema automático estiver pronto Melo apenas irá para verificar a hora.
Atribuição voluntária
À sombra do antigo relógio, a banca de Silva integra a paisagem do Calçadão. A missão voluntária, que contribuiu para a preservação da história, trouxe mudança para a rotina. Ele ressalta que fecha a banca por volta da meia-noite, mas no entardecer deixa acesas as lâmpadas de Led que foram colocadas no equipamento. “Trabalho aqui há mais de seis anos e sempre cuido do local. Não me custa acender e apagar as luzes”, pontua.
Investimento
A revitalização do relógio foi realizada pela Secretaria Municipal de Gestão, Planejamento e Captação de Recursos (Geplan). O projeto é de autoria do arquiteto Sandro Martinez. A ação contou com modernização na estrutura elétrica, limpeza interna, troca de peças enferrujadas e a retirada dos vidros quebrados. O investimento da prefeitura para reativação do relógio foi de R$ 4,2 mil, sendo que, em uma pesquisa de orçamentos, receberam propostas de até R$ 34 mil.