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UTE Pampa Sul muda realidade econômica de Seival

Publicada em 03/04/2018
UTE Pampa Sul muda realidade econômica de Seival | Cidade | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler
Esteira contrasta com a vida pacata do vilarejo

A vila de Seival, em Candiota, presencia uma nova fase de desenvolvimento econômico, através da construção da Usina Termelétrica (UTE) Pampa Sul (Miroel Wolowski). A obra, que iniciou em julho de 2015, movimenta a economia local. Atualmente, atuam aproximadamente 3,5 mil pessoas diretamente na implantação do empreendimento, que já registra mais de 70% de avanço nas atividades.
O distrito de Seival viveu um período áureo no início do século passado, quando abrigava uma das principais estações da linha férrea que ligava Bagé a Rio Grande. O desenvolvimento de novas atividades, a partir dos anos 60, em outras áreas de Candiota, acabou isolando o distrito. Até iniciar a obra da nova usina, os 1,2 mil moradores da pacata localidade viviam apenas uma expectativa. Muitos duvidavam do desenvolvimento. Foi o que mostrou a reportagem do MINUANO, em 2015. Em menos de três anos, porém, muita coisa mudou. A empresa captou mão de obra regional, investiu em estradas vicinais e em ações sociais previstas pelo Projeto Básico Ambiental (PBA), transformando o local.
Através de um convênio com a Prefeitura de Candiota, também foi viabilizada a construção da nova Estação de Tratamento de Água (ETA) da cidade, que visa auxiliar na melhoria da qualidade de vida das comunidades do entorno da obra. A construção iniciou no segundo semestre de 2017. Ela já foi concluída e testada e fornecerá água tratada para Candiota por, pelo menos, mais 20 anos, atendendo cerca de oito mil famílias.


Oportunidades
Mesmo seguindo a rotina do Seival, o movimento da cidade já não é o mesmo. Muitos empreendimentos foram abertos, como alojamentos e locais de alimentação. Ao entrar na vila, entretanto, ainda é possível visualizar a história, como as ruínas da antiga estação da viação férrea e do casarão que era sede de uma fazenda nos tempos áureos da localidade. A receptividade dos habitantes é visível, deixando os visitantes à vontade.
Para a empresária Roseli Vahl, 48 anos, que reside em Seival há 26 anos, as pessoas que queriam trabalhar, conseguiram crescimento econômico. Ela investiu em um supermercado, único do local, que hoje é atendido pela família.
Roseli salienta que montou duas empresas, sendo uma de prestação de serviço nas áreas de lavanderia, camareiras e refeitório, e outra na área de manutenção e mecânica. “Recebi o convite e aceitei. A empresa (responsável pelo obra da usina) me deu qualificação e administramos o serviço”, relatou.
Com o crescimento dos negócios, a empresária passou a terceirizar alguns serviços. É o caso da quituteira Maria de Fátima Sousa, 31 anos. Antes da implantação do empreendimento ela vendia seus salgados de porta em porta e conseguia cerca de R$ 800 mensais. Depois do início da obra, passou a comercializar diretamente para o mercado de Roseli e consegue mais de R$ 2 mil para complementar a renda familiar.


Estrela do Seival
Apesar de conhecer boa parte da história do município de Candiota, a moradora de mais idade do vilarejo, a cozinheira aposentada Inoema Almeida Porto, 113 anos, conhecida como Vó Ema, está empolgada com o empreendimento. Com lucidez, ela ressalta que está muito feliz porque o empreendimento movimentou o Seival. “Havia muitas pessoas sem emprego e hoje a gente vê muita gente trabalhando e matando a fome da suas famílias”, relata.
A idosa nasceu na região de Jaguarão Chico, mas mudou-se ainda pequena, para trabalhar em Seival. Segundo ela, quando chegou, tinha bastante chirca no lugar e nenhum desenvolvimento. Ela trabalhou em um dos hotéis e lembra do início do vilarejo. Vó Ema criou 11 filhos do coração e até hoje faz questão de manter suas atividades. Estava arrumando o galinheiro, quando recebeu a reportagem. “As galinhas tentavam fugir”, se explicou.


Vida no campo
Mesmo com toda a tecnologia chegando ao distrito, o trânsito de cavalos é intenso dentro da vila. O agroveterinário Kalleby Rodrigues, 21 anos, disse que já trabalhou na usina, mas prefere o trabalho do campo. Segundo o jovem, a empresa ajuda muito a comunidade e movimenta o comércio local. “A violência aumentou um pouco e houve algumas brigas isoladas. Mas trouxe emprego”, enfatiza.


Prestação de serviço
Uma das oportunidades que se abre em Seival é a possibilidade de preparação das pessoas para a língua inglesa. O professor Pedro Ferreira está montando turmas para ensinar o idioma. Ele ressalta que muitas pessoas que procuram trabalho na obra sentem a dificuldade de se comunicar com os estrangeiros, especialmente os chineses, que atuam na implantação da unidade. Pensando neste mercado, passou a ofertar as aulas.


Expectativa
Para o pesquisador do Núcleo de Pesquisas Históricas de Seival, Heitor Ferreira, mesmo com o adiantado da obra, houve uma mudança significativa no vilarejo. O pesquisador informa que há uma parceria entre o Ministério Público Federal, Núcleo e Engie para restaurar os prédios antigos da vila. “Devemos iniciar pela viação férrea, que incendiou e foi depredada há alguns anos. Também existe o centro de eventos e casarão da família Rosa. Eles ajudam a preservar a nossa cultura”, informa.


Andamento da obra
A nova usina é fruto do leilão de energia A-5, realizada em novembro de 2014, quando a então Tractebel Energia, hoje Engie Brasil Energia, vendeu a energia a ser gerada pelo projeto por 25 anos. A UTE Pampa Sul (Miroel Wolowski) recebeu a Licença de Instalação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em junho de 2015, dando início às primeiras frentes de trabalho para a implantação da usina em agosto.
Para a fase de implantação, o investimento total é de R$ 2,5 bilhões. A obra principal é de responsabilidade da empresa chinesa SDEPCI, que detém experiência na construção e comissionamento de termelétricas a carvão, com a tecnologia de ponta, que será usada na UTE Pampa Sul (Miroel Wolowski). Quando entrar em operação, a usina terá capacidade de gerar 345MW de energia.
Outro dado importante sobre a unidade diz respeito à tecnologia que será implantada para a geração de energia e que a diferencia das demais usinas em funcionamento no Brasil pela utilização de uma caldeira do tipo Leito Fluidizado Circulante, que por ser mais adequada ao carvão da região, está enquadrada como tecnologia de combustão limpa de carvão, garantindo níveis menores de emissão de gases.
Entre as principais ações desenvolvidas estão a continuação da montagem eletromecânica da caldeira, da turbina a vapor e demais sistemas eletromecânicos. Na chaminé, a montagem interna do duto metálico de exaustão deverá ser iniciada em breve. Este duto percorrerá toda a extensão da chaminé, ultrapassando cinco metros no topo, fazendo com que a estrutura atinja sua altura total de 200 metros.


Projeção de testes
A operação comercial da UTE Pampa Sul deve iniciar em 2019. Este ano, porém, é crucial para o empreendimento. Conforme o gerente Socioambiental da UTE, Hugo Roger Stamm, entre as obras complementares da usina, a obra da correia transportadora de carvão também está em andamento na sua fase final. A estrutura será responsável por levar o carvão mineral, combustível principal na geração de energia, da planta de beneficiamento da Seival Sul Mineração S.A até a UTE Pampa Sul (Miroel Wolowski). A correia conta com aproximadamente 4 quilômetros de extensão e tem como diferencial um sistema que diminui a emissão de poeira e ruídos, uma vez que se trata de uma esteira tubular fechada.
Stamm salienta que a expectativa é que nos próximos meses já sejam iniciados os testes de funcionamento da correia. A Linha de Transmissão, com 20,4 quilômetros de extensão e 51 torres já está concluída e aguarda demais atividades para que possa ser energizada. Na barragem que abastecerá de água a UTE Pampa Sul (Miroel Wolowski) estão sendo realizados os últimos acabamentos e o reservatório já está em processo de enchimento, conforme o volume de chuvas. A implantação da UTE Pampa Sul (Miroel Wolowski) atingiu importantes marcos em 2017 como, por exemplo, a conclusão da concretagem da chaminé da Usina que atingiu 195 metros de altura, o posicionamento da turbina a vapor e do gerador (os equipamentos mais pesados do projeto e que contaram com a realização de mega operações para o seu transporte até Candiota) na casa de força da nova usina.

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