Cidade
Agroindústrias familiares prometem movimentar a economia de Hulha Negra
Autoridades, produtores e técnicos de Bagé, Candiota, Aceguá e Lavras do Sul participaram, ontem, da inauguração de três agroindústrias familiares em Hulha Negra. A primeira inaugurada foi a Agromap, no assentamento Abrindo Fronteiras, administrada pela produtora Marili Porto. Logo após, o grupo fez o deslocamento pela Colônia Nova, até o assentamento Potiguara, no espaço da produtora Janete Raddatz, a PampaLac, onde foi realizado um almoço. Na parte da tarde, foi apresentada a unidade da Associação de produtores familiares da Reforma Agrária (Aprofara), no assentamento Conquista da Fronteira.
Para o prefeito de Hulha Negra, Renato Machado, as agroindústrias familiares fixam o homem no campo e melhoram a economia do município gerando emprego. Com esses empreendimentos o município passa a contar com cinco estruturas do tipo, duas de laticínios, uma de vegetais minimamente processados e duas de panificados e doces. As unidades abastecem os mercados locais e dos arredores com produtos de origem vegetal e animal como: pães, roscas, biscoitos, cucas, massas caseiras, doces coloniais, queijo colonial, minas, temperado e, manteigas, doce de leite, iogurte e bebidas lácteas.
Conforme a produtora Marili, responsável pela Agromap, o trabalho iniciou em 2002 e, desde lá, ela tem buscado qualificação, bem como certificação dos produtos lácteos. Ela ressalta que, por enquanto, foi qualificada pelo Serviço de Inspeção Municipal, mas a meta é buscar a regulamentação pelo Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte (Susaf). A produtora, hoje, está comercializando queijos e doce de leite, mas pretende produzir iogurte. “Comecei por necessidade e tudo que eu consegui foi através da venda dos produtos”, frisa.
O trabalho com agroindústrias é realizado por meio de parceria firmada entre agricultores, Emater/RS-Ascar e Prefeitura, através da Secretaria de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente. De acordo com chefe do escritório da Emater de Hulha Negra, Guilherme Zorzi, o processo de certificação é demorado e há outras agroindústrias buscando qualificação.
O fiscal do SIM de Hulha Negra, Marcos Leitzke, ressalta que a caminhada foi longa até a certificação. Ele conta que a legislação muda muito e que foi necessária a dedicação de vários profissionais. “Não é porque são pequenos produtores que não podem fazer. Esse é o caminho para as famílias se aprimorarem e ficaram no campo”, enfatiza.