Cidade
Bagé figura entre municípios com médio potencial poluidor no Estado
Divulgado nesta semana, antes do decreto de encerramento das atividades da Fundação de Economia e Estatística Emanuel Siegfried Emanuel Heuser (FEE), o Índice de Potencial Poluidor da Indústria (Indapp-I) das cidades gaúchas aponta as possíveis externalidades negativas sobre o meio ambiente geradas pelas atividades industriais de transformação e extrativas.
De acordo com os dados tabulados desde 2002, Bagé já apresentou altos índices de potencial poluidor, como em 2009, em que o Inpp, que sintetiza a concentração das atividades industriais em relação ao potencial e volume de produção de poluição, chegou a 0.100, alcançando a 94º posição no Estado. No mesmo ano, a dependência dos municípios em relação a estas indústrias com potencial poluidor, chegou a 0.967, considerado alto para os padrões do RS. No último ano tabulado, 2015, o potencial poluidor caiu para a 39º posição e a dependência destas indústrias também, com Indapp registrando 0.655, considerada dependência média.
Para medir o potencial poluidor das atividades industriais no Rio Grande do Sul foi necessário obter um índice capaz de sintetizar, ao longo do tempo, tanto a intensidade das atividades econômicas industriais desenvolvidas, quanto o volume produtivo dessas atividades, que impactam no potencial poluidor do RS como um todo.
Até então ligada ao Centro de Estudos Econômicos e Sociais da FEE, a economista Cristina dos Reis Martins foi a responsável pelo levantamento e tabulação dos dados. Ela destaca que os dados “visam contribuir para a avaliação de possíveis externalidades negativas sobre o meio ambiente, geradas por essas atividades econômicas, sujeitas ao risco ambiental. Assim, se oferecem como subsídios para implementação de políticas públicas, em especial, para a orientação de ações preventivas que equalizem o risco decorrente das atividades com alto potencial poluidor”.
De forma geral, os indicadores do Estado apontam para uma tendência de aumento do risco ambiental no período 2002-2015, com crescimento tanto da dependência das atividades poluidoras, quanto do volume de produção potencialmente poluidora. Cristina aponta a evolução do volume de produção potencialmente poluidora no território, em que se destacam aquelas áreas que podem ser consideradas críticas, dada a concentração de um maior volume de produção em atividades industriais com alto potencial poluidor. E isso pode ser exemplificado ao observar os dados de Bagé e Candiota, durante o mesmo período.