Editorial
Fim de um ciclo
A extinção das fases A e B da Usina Presidente Médici, de Candiota, coloca fim a um ciclo superior há quatro décadas e que, de sua parte, foi determinante para o desenvolvimento econômico não apenas da Capital do Carvão, mas da própria região da Campanha.
A história do complexo termelétrico de Candiota, é bem verdade, começou bem antes das duas unidades. Foi ainda em 1950, com as primeiras pesquisas sobre o aproveitamento do carvão mineral para geração de energia elétrica que resultou, cerca de 10 anos depois, com a inauguração de Candiota I, estrutura que hoje, após receber recente revitalização, serve de espaço para eventos e sede de uma das secretarias da Prefeitura.
Passada uma década e meia, então, surge a Fase A, dando início ao atual complexo termelétrico. Pertencente, na época, à Companhia Estadual de Energia Elétrica, o empreendimento não serviu apenas como fonte industrial de eletricidade, mas alavancou a economia local. A cada ano, por assim dizer, novos trabalhadores estabeleciam residência no atual município de Candiota, emancipado de Bagé na década de 1990, para trabalhar na Usina ou, em paralelo, acompanhar o progresso produzido na infraestrutura daquela localidade.
Independente do carvão mineral ser, ou não, a fonte energética necessária para atender a demanda da atualidade, é fundamental dizer que foi, a partir dele, que esta região viu seus campos, até então utilizados, quase que em sua totalidade, para a pecuária e agricultura, vislumbrarem um cenário de evolução proporcionado pela industrialização.
A extinção das unidades, por óbvio, não encerra o ciclo do carvão na região. A própria Presidente Médici ainda conta com a Fase C, mais moderna. Ao mesmo tempo, Candiota vive um novo cenário motivado pela nova Pampa Sul, erguida pelo grupo Engie. São estas estruturas, neste momento, que mantêm, e manterão, viva a história de um passado nem tão distante.