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Pesquisa revela aumento do custo da cesta básica em Bagé
Um montante de R$ 770,31. Este é o valor estimado de custo da cesta básica em Bagé, segundo levantamento feito por acadêmicos do 4º semestre do curso de Administração do Centro de Ciências Aplicadas da Universidade da Região da Campanha. O estudo, aliás, revelou um aumento geral na lista de produtos elencados na pesquisa, na ordem de 16,91%, no comparativo com o 4º trimestre do ano passado e os primeiros três meses de 2018.
Conforme o levantamento, neste primeiro trimestre de 2018, houve uma retomada na elevação dos preços de itens importantes da cesta básica. A carne bovina, por exemplo, apresentou um aumento no seu valor, da ordem de 44,40%, e a carne de aves, que havia tido redução no último trimestre de 2017, teve um significativo aumento, chegando ao patamar de 84,54% no seu custo ao consumidor.
O arroz, outro produto bastante presente no cardápio dos brasileiros, continua em queda (29,10%). De outra parte, o feijão, nesse trimestre, manteve sua variação percentual na casa de 19,31%. A batata inglesa voltou a ocupar lugar de destaque no Grupo Alimentação da Cesta Básica, em termos de elevação de preços, neste chegando na casa dos 67,50%, assim como o tomate (70,31%). O leite manteve sua trajetória de estabilidade com uma redução de 0,72%
Com relação aos produtos de higiene, a maioria teve pequenas variações. A exceção ficou por conta do aparelho de barbear, que teve uma considerável redução (177,45%). No que tange aos produtos do Grupo Limpeza, o sabão em barra teve o principal percentual de redução (- 93,08%) e a maior elevação ficou com o desinfetante, que atingiu 16,20%.
Avaliação
De acordo com o estudo, o cenário político e econômico contribuíram para a elevação geral constatada. "A situação econômica do Brasil se mantém instável, afetada principalmente pelas questões políticas institucionais bastante vulneráveis a partir dos escândalos de corrupção que atingem a Nação nesses últimos anos. Assim sendo, há um processo crítico em todos os setores, principalmente no que concerne a estabilidade econômica", diz parte do levantamento, ao expor que o dólar, que vinha se mantendo estabilizado no segundo semestre de 2017, mantendo a média de valor em R$ 3,20, neste 1º trimestre de 2018 vem tendo seguidas elevações, chegando, nesse momento, à casa R$ 3,50, o que pode sinalizar preocupações para a economia interna brasileira, principalmente pelos impactos que gera no mercado em geral".
Em termos gerais, o levantamento avalia que ao fazer um comparativo entre o salário mínimo nacional vigente, 1,81% maior que em 2017 (o mais baixo índice de reajuste dos últimos 24 anos), sendo R$ 954,00, "tem-se que o valor do cesto de produtos básicos neste 1º trimestre de 2018 comprometeu aproximadamente 80,74% do valor do salário mínimo, sendo um percentual muito elevado para o trabalhador bajeense".
A pesquisa desenvolvida teve a participação dos professores do curso de Administração da Urcamp, Rita Luciana Saraiva Jorge e Ricardo Leal Cougo.