Cidade
Para o Dia das Mães, psicóloga avalia relação materna
Com a chegada do Dia das Mães, neste domingo, a psicóloga Aline Silveira destacou o que é o afeto entre mães e filhos. Segundo a profissional, a gravidez desencadeia para a mulher três momentos: o nascimento de um novo ser, de uma mãe e de uma família. Portanto, esta nova situação que envolve a mãe e o meio social no qual está inserida irá influenciar o processo psicológico, a adaptação a este novo período e o desenvolvimento desses novos papéis psicossociais.
Segundo Aline, a mulher deixará de ser somente filha para se tornar, também, mãe. A maneira como ela decide vivenciar a fase da gravidez e como constrói o contato afetivo com o feto influenciará sua própria vida e, possivelmente, a vida do filho em desenvolvimento. “A partir do momento, que nasce o desejo de se ter um filho, já se cria um laço afetivo, invisível”, destaca.
A psicóloga explica que surge um novo elo vital, essencial para a construção de uma relação entre mãe e bebê – o vínculo afetivo. “Tudo deve ser recheado de amor e carinho. Quanto mais forte a união for, mais fácil virá a independência da criança. Para que haja o vínculo – o que a criança sente pelos pais - é preciso que haja afeto – o que os pais dão aos filhos. O homem é humanizado justamente por conta do vínculo afetivo. Se a mãe, não estiver ligado de uma maneira consistente, afetiva, espontânea, ao bebê, haverá dificuldades em seu desenvolvimento psíquico, pois o vínculo afetivo possibilita o indivíduo a ser apto a viver junto com outros seres. A possibilidade de oferecer um ambiente suficientemente bom é responsável por sustentar o processo de desenvolvimento do bebê. ”, complementa.
Aline acrescenta dizendo que uma possível falha ambiental pode interferir substancialmente no processo de maturação como ser psicossomático, ou seja, a saúde psíquica do ser está em jogo e falhas nestes momentos iniciais podem interferir no modo de ser do indivíduo na fase adulta.
“O vínculo afetivo é necessário para a criança se desenvolver e se tornar independente com segurança. As mães precisam, quase sempre, voltar ao trabalho ou às atividades que são inerentes à vida que levam. É aí que o bebê tem de estar confortável, mesmo longe dela. O acolhimento cria confiança. O cordão invisível, uma vez criado, está sempre ali, por maior que seja a distância que filho e mãe estiverem um do outro”, declara a profissional.
A atenção a todos os chamados da criança não pode (nem deve) ser levado para sempre, e aí mora a dificuldade de algumas mães, alerta a psicóloga. “O medo que eles cresçam, que atravessem as ruas sozinhos, que decidam sobre suas roupas ou que escolham o que comer, dá início à sensação de elas estão falhando. Aí começam a exigir e frustrar demais as crianças, afinal, elas falam 'nãos' e isto frusta, mas a mãe suficientemente sabe que precisa satisfazer emocionalmente seus filhos (brincar, demonstrar amor, dar carinho, suprir as necessidades que eles ainda não sabem satisfazer sozinhos) e não estar de prontidão todas as vezes que eles chamarem. Falhar de maneira tolerável ajuda a criança a entender que vive num mundo imperfeito”, conclui .