Editorial
Vinho e Santa Fé
Quando há interesse e disposição, dificilmente algum objetivo, por mais distante que esteja, se tornará inalcançável. Exemplo recente desta breve exclamação pôde ser constatado na noite de sexta-feira, quando um evento realizado no Restaurante San Valentino, em Bagé, não apenas destacou um dos potenciais produtivos da região da Campanha, mas, ainda, reforçou a capacidade de mobilização da sociedade em colaborar com uma demanda que se mostra em fase de urgência.
A parceria entre Clori Peruzzo, conhecida incentivadora do enoturismo, e a proprietária do San Valentino, Cecília Schwanck, resultou num evento que ficará gravado na memória de quem o prestigiou. Primeiramente pela união de vinícolas gaúchas que disponibilizaram, para o encontro, um total de 18 rótulos que, juntos, reforçaram a capacidade do Sul do País em produzir vinhos finos e espumantes de alta qualidade. Tais empresas, vale evidenciar, não expuseram seus produtos por uma questão aleatória, mas para mostrar interesse em sanar a principal meta a que se destinava o encontro: além de assinalar o Dia do Vinho, visava angariar recursos para colaborar com a revitalização da cidade cenográfica de Santa Fé.
Como se sabe, a obra, erguida para as gravações do filme e da série "O tempo e o Vento", carece, há algum tempo, de uma intervenção que impeça que as intempéries climáticas a levem ao chão. Aliás, tal situação ficou muito bem evidente em reportagem produzida pelo jornalista Fábio Schaffner, de Zero Hora, publicada no final de semana. A produção, focada na atuação da empresária Zuleika Torrealba na Rainha da Fronteira, em determinado momento, lembra de sua contribuição para a concretização do empreendimento. Ao final, contudo, mostra claramente como os prédios que compõem a estrutura estão, na atualidade, literalmente definhando.
Neste momento, são necessárias mobilizações como a realizada. Senão exatamente iguais, similares. Até porque, se a união de esforços, sejam públicos ou privados, for efetiva, haverá uma solução para Santa Fé. E é preciso que haja!