Cidade
Feriadão registra grande movimentação nos postos e mercados da cidade
Na tarde de quinta-feira, 15 carretas foram escoltadas até Bagé, com 400 litros de combustíveis e itens de necessidade básica que não chegavam à cidade em função dos bloqueios nas rodovias. Transportes terceirizados de empresas do ramo de alimentação também conseguiram chegar ao destino, pela primeira vez em dias.
Com o término da greve, a rede de supermercados Nicolini, por exemplo, conseguiu, praticamente, normalizar o estoque. De acordo com o gerente de marketing da rede, Selmo Dias, as prateleiras estão sendo abastecidas de forma regular com os itens de hortifrutigranjeiros, itens que mais ficaram em falta durante a greve. "Quando soubemos que estava terminando a greve, a empresa de logística terceirizada, responsável pelo transporte, já estava com o caminhão carregado em Porto Alegre, então recebemos ontem (quinta-feira) mesmo", aponta.
Dias relata que itens perecíveis, como carne, também foram distribuídos aos mercados da rede. Já a disponibilidade de produtos de mercearia está normal. "Nesse quesito não chegamos a ficar tão desfalcados porque temos um estoque razoável no centro de distribuição", explicou.
Já na rede Peruzzo, até sexta-feira, a escassez dos produtos ainda não havia sido totalmente revertida. O vice-presidente da rede, Lindonor Peruzzo Junior, explicou que a situação ainda não está normalizada e que ainda podem ser vistos os reflexos da greve nas prateleiras dos supermercados.
Para abastecer a despensa de casa, a aposentada Marílian Fagundes enfrentou a grande movimentação nos mercados que já estavam com estoque normalizado. Atrás de batatas, tomate e cebolas para garantir a alimentação da família, ela recorda que a última vez em que encontrou os itens foi na semana retrasada. "Na semana passada vim ao mercado, mas não tinha nada. Agora tem de novo, mas o valor já veio maior", aponta. Durante a semana em que não encontrou os itens, teve de usar a imaginação na cozinha. "Não tem o que fazer, a gente acaba substituindo por outros alimentos, por enlatados", explica.
Busca por gasolina segue intensa
Após receber mais de 400 mil litros de combustível, a movimentação nos postos foi intensa, principalmente de motoristas que buscavam "encher o tanque" por medo de nova greve e consequente escassez do produto. Foi justamente isso que acabou, em poucas horas, com o estoque recebido pelo posto Elo Shell. O proprietário, César Dias Severo, explica que a quantia recebida, na tarde de quinta-feira, acabou nas primeiras horas da manhã de sexta. "Estamos tentando uma nova entrega de combustíveis para amanhã", adianta ele. Questionado se o valor será reajustado com o acréscimo de 2,25%, ele adianta que dependerá da distribuidora.
Flávio Stavie, proprietário da rede de postos Balluarte, relatou a mesma situação. "Os clientes estão enchendo os tanques com medo que falte novamente", confirmou. O empresário destaca que os três postos já estão praticando o novo valor do diesel, mas ressalta que as empresas do segmento tem 15 dias para se adaptar ao novo valor.
Foi o receio de uma nova paralisação nacional, segundo boatos que circulam nas redes sociais, que levou o mototaxista Júlio Lopes novamente aos postos. Dependente da moto como ferramenta de trabalho, ele conta que teve de abastecer o veículo duas vezes durante a greve. Sem gasolina, muitos motoristas recorreram ao serviço de transporte sobre duas rodas. E se por um lado aumentou o fluxo de clientes de Lopes, por outro o fez consumir mais combustível e, consequentemente, deu mais dor de cabeça na hora de encontrar um posto com estoque de combustível. "Foi uma batalha. Mas em períodos normais, a gente chega a abastecer até três vezes por dia, dependendo do movimento", relata.
O mesmo receio fez o adestrador Rubens Oliveira enfrentar uma nova fila para abastecer. Ele conta que, na sexta-feira à tarde, conseguiu encher o tanque do automóvel, que há vários dias circulava na reserva. Após ouvir rumores sobre uma suposta nova paralisação, resolveu voltar às filas e garantir o tanque totalmente cheio. "Eu uso o automóvel para o trabalho, preciso garantir que tenha gasolina para os próximos dias, caso falte novamente nos postos", frisou