Editorial
Alerta na segurança
O Atlas da Violência de 2018, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), apresentou um índice preocupante para o setor de segurança pública gaúcho. De acordo com o estudo, entre 2006 e 2016, houve um aumento de 58% no número de homicídios registrados no Rio Grande do Sul.
O levantamento demonstra, sim, que, apesar dos investimentos pontuais – diga-se de passagem – no reforço do setor de segurança, os montantes aplicados ainda estão longe de acompanhar a demanda, motivada, em especial, pelo crescimento populacional e, ainda, pelas escassas políticas voltadas à recuperação de apenados, através da chamada ressocialização.
O fato é que o Atlas especificou que o número de pessoas assassinadas, no Estado, passou de 18,1 para 28,6 vítimas a cada 100 mil habitantes. Em termos totais, os dados são ainda mais preocupantes. Se, em 2006 foram 1.983 assassinatos, dez anos depois, o montante chegou a 3.225 casos.
Pela análise de uma década, o crescimento do número de homicídios foi gradual. Ou seja, caso não haja uma resposta efetiva, a tendência é de que os índices e mortes - trágicas - só aumentem a cada ano. É, na prática, o retrato de uma realidade que demanda por uma resposta urgente.
É preciso mais agentes de segurança, melhores condições estruturais, aperfeiçoamento no uso de tecnologias e, também, ampliação da capacidade de atendimento do setor carcerário. Primeiro porque, havendo uma atuação mais ampla, qualquer tipo de crime passa a ser previamente reprimido e, em segundo, havendo possibilidade de ressocialização, haverá uma diminuição gradual da criminalidade – no caso de reincidências.
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