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"Em 97 era assim" estreia em salas de cinema nacionais
O filme do cineasta bajeense, Zeca Brito, estreou, ontem à noite, na capital do Estado. "Em 97 era assim" foi exibido na Cinemateca Capitólio, em Porto Alegre. Na quinta-feira, 14, o filme entra em circuito em sala do Espaço Itaú de Cinema do Bourboun Shopping Country e Guion Center. A estreia é nacional e está prevista para ser exibida em 22 salas.
Os bajeenses tiveram a oportunidade de conferir, durante a oitava edição do Festival Internacional de Cinema da Fronteira. De lá para cá, o longa-metragem rodou o mundo em outras competições e recebeu inúmeros prêmios, como Melhor Filme no The Best Film Fest (Seattle – EUA); Melhor Diretor no Festival Cinema dos Sertões; Melhor Filme Segundo Júri Popular no Festival Cinema dos Sertões; Prêmio Especial do Júri - JagranFilm Festival (Índia); Melhor Direção de Atores na Mostra Sesc de Cinema (RS); Melhor Filme Juvenil Estrangeiro no American FilmaticArtsAwards (Nova York, EUA) e Silver Remino 51ºWorldFest(Houston, EUA). "Isso mostra que o filme teve destaque em várias partes do mundo, mesmo carregando uma identidade local, regional, que conseguiu se comunicar com esses países todos", destaca o cineasta Zeca Brito.
O filme conta a história de quatro amigos de 15 anos, em 1997, que procuram perder a virgindade em meio às situações que envolvem a escola e a família. A tríade humor, adolescência e sexo (mesmo que esse último seja em tentativas) está presente no longa-metragem que chega às telas brasileiras no próximo dia 14 de junho, mas, segundo o diretor, a obra vai muito além em sua concepção. "É uma história que traz elementos que podem ser relacionados a clichês do cinema americano do gênero, porém não é uma comédia escrachada sobre descoberta da sexualidade. O mote principal é a amizade sincera entre esses garotos que buscam ter sua primeira vez em um ritual coletivo", diz Zeca, afirmando ter tido como referência filmes alternativos sul-americanos que têm o universo adolescente e a amizade como tema, como o uruguaio "25 Watts", de Juan Pablo Rebella e Pablo Stoll, e o argentino "Buenos Aires 100 km", de Pablo José Meza.
O roteiro de Leo Garcia é ambientado na Porto Alegre de 1997, em uma caracterização impecável de cenários, mobiliário, objetos e figurino dos personagens, os amigos Renato (o narrador), Alemão, Moreira e Pilha. A trilha sonora traz hits do rock gaúcho do ano título como ingrediente fundamental, com bandas como Acústicos e Valvulados, Raimundos, Supergrass e É o Tchan. "As canções foram um recorte para levar àquele tempo, assim como os outros elementos cenográficos. Mas o mais importante é que é uma ode à amizade, a ideia do "junto construiremos situações e viveremos emoções", o que pode se passar em qualquer década, embora em 1997 não existia internet. E com a chegada dela muitos mistérios que eram mágicos se desfizeram", completa Zeca, que nasceu em 1986 e em 1997 tinha 11 anos. "Vivi os anos 90 como pré-adolescente".
Os protagonistas de "Em 97 era assim" são vividos pelos jovens atores Fredericco Restori, João Pedro Corrêa Alves, Júlio Estevan e o bajeense Pedro Diana Moraes. O filme foi realizado com recursos do "Prêmio de Baixo Orçamento" do Ministério da Cultura e produzido pela gaúcha Panda Filmes, em coprodução com as também gaúchas Antifilmes e Coelho Voador.