Editorial
Não é só Copa
Ela acontece a cada quatro anos e, apreciando-a ou não, é preciso reconhecer que trata-se de um evento que mobiliza o planeta. A Copa do Mundo pode ser tratada como um ápice do esporte, mas também, como uma oportunidade de integração entre Nações, aproximando-se e, quem sabe, colocando fim a conflitos históricos e duradouros.
Oficialmente aberta ontem, a competição na Rússia abre os olhos de telespectadores do planeta para questões que vão muito além do futebol, apesar das disputas serem o grande destaque do evento. É o momento em que culturas, das mais diferentes, são apresentadas em detalhes. Para tanto, aliás, os principais órgãos da imprensa mundial destinam equipes significativas para mostrar tudo que acontece na sede da Copa.
Aos que aqui residem, resta, além da torcida, uma chance de conhecer e buscar entender porque cada País possui suas peculiaridades, mesmo que bem diferentes das aqui praticadas. A exemplo das Olimpíadas, a Copa é a congregação de povos, unidos pelo esporte.
Quem sabe, um evento de tal característica sirva como esperança para que sociedade mundial possa se compreender e os conflitos, infelizmente ainda existentes em quase todo o globo possam, no mínimo, ser amenizados. E, especificamente ao Brasil, que essa competição sirva muito mais que para torcer pela seleção ou criticar jogadores – isso sempre existe –, mas que oportunize uma chance que seja para que haja entendimento entre pessoas de opiniões divergentes.
Essa aceitação de posicionamentos, sem partir para a agressão verbal ou física, é, sem sombra de dúvidas, uma das maiores necessidades da atualidade, na qual a generalização de questões, muitas vezes, impede o discernimento sobre a busca de soluções. A quem busca um futuro promissor e, claro, democrático, é fundamental saber aceitar a decisão da maioria. Caso contrário, pouco ou nada evoluiremos. Será apenas futebol, no caso da Copa.