Campo e Negócios
Reunião atualiza discussões sobre diagnóstico do mormo
Na próxima terça-feira, às 14h, a Embrapa Pecuária Sul irá realizar, em Porto Alegre, na sede da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), a segunda edição do evento que busca discutir a problemática do mormo – doença que afeta os equídeos e que pode ser transmitida dos animais ao homem. Foram convidados a participar representantes de diversas áreas ligadas ao tema.
No encontro, intitulado 2º Seminário da Embrapa: Atualizações sobre o mormo equino, o pesquisador e professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Roberto Soares Castro, especialista no tema, irá proferir palestras que abordarão aspectos gerais sobre o mormo no Brasil, bem como várias questões referentes ao seu diagnóstico.
A primeira reunião, ocorrida dois anos atrás, foi fomentada pela preocupação com as metodologias utilizadas para diagnosticar a doença, que, na ocasião, não traziam certeza nos resultados. Isso porque o único teste utilizado até então era o de fixação de complemento, que oferecia limitações, não sendo muito confiável. Além disso, havia também a reclamação em relação à demora do retorno do resultado dos exames para detectar a doença, documento obrigatório para o trânsito de animais.
A falta de certeza no diagnóstico pode trazer dois problemas. O primeiro é a possibilidade de que resultados negativos sejam falhos, acarretando o risco de aumento da contaminação dos animais. Outra questão é a possibilidade do exame com resultado positivo ser incorreto, obrigando o proprietário a abater o animal e interditando sua propriedade, podendo levar a grandes prejuízos financeiros, além de questões que interferem no bem-estar animal.
Plataforma Elisa
Para fazer frente a este problema do diagnóstico, desde março de 2018, foi publicada uma portaria pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) que aprova a utilização da plataforma Elisa (Ensaio Imunoenzimático) para o diagnóstico do Mormo Equino. Alguns laboratórios já estão em processo de credenciamento para disponibilizarem a metodologia Elisa e em breve a lista com estes estabelecimentos será divulgada. “Com a permissão de uso dessa nova metodologia, os resultados apresentarão um nível de confiabilidade maior que os existentes hoje e uma capacidade de processamento de amostras bem mais veloz que o método oficial”, explica a pesquisadora da área de Sanidade Animal da Embrapa Pecuária Sul, Emanuelle Gaspar.
Em 2018, a Embrapa de Bagé iniciou um projeto de pesquisa, com duração de três anos, que objetiva a ampliação do processo de validação do Elisa, e também a caracterização de cepas isoladas da bactéria causadora do mormo no Brasil (Burkholderia mallei).