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ELLAS

26ª Arte na Vitrine

Publicada em 06/07/2018
26ª Arte na Vitrine | ELLAS | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler

Obra "Passeio poético por Bagé", de Ernesto Wayne, servirá de referência para os artistas expositores

 

Dezenas de obras de arte que referenciam a Rainha da Fronteira, seus referenciais e a história devem embelezar as vitrines das lojas da cidade, durante a Semana de Bagé. Trata-se da 26ª edição do Arte na Vitrine, uma iniciativa da Associação Comercial e Industrial de Bagé (Aciba) e da prefeitura, que visa destacar a produção dos artistas bajeenses, fomentar a integração com os empresários e, principalmente, oportunizar que a arte esteja acessível a todos, através das vitrines do comércio local.

 

Homenagem a Ernesto Wayne

A proposta que norteia o trabalho dos artistas, este ano, será baseada no livro de poemas "Passeio poético por Bagé", de Ernesto Wayne. A obra foi escrita há 22 anos, onde Wayne fala, através da poesia, sobre as peculiaridades, localidades, arquitetura e história da Rainha da Fronteira. Hoje, transcrevemos alguns dos poemas que ilustram o livro e imagens de obras que estarão espalhadas pelas vitrines da cidade.  

 

Avenida Sete

 

Se acomodou Dom Diogo

No final da Rua Sete,

A qual assim se chamou

Por serem seus moradores

O caboclo Tranca-Rua

E o caboclo Sete Flechas:

Tranca-Rua, Sete Flechas

Seja o nome Rua Sete.

Garantem historiadores,

Pesquisadores de truz,

Não poderia ser rua,

Rua Sete de Setembro,

Pois, ora tenham paciência

Que o ano recém era

Mil oitocentos e onze,

Não chegara a independência!

O nome da Rua Sete,

Por causa dos dois pajés,

De índios que aqui assistiam,

Caboclos que se chamavam

Tranca-Rua, Sete Flechas!

Vamos, pois enveredar

Pela rua principal,

A dita Avenida Sete,

Onde há muito que se olhar,

Meninas pra se flertar.

Pra namorar, meninotas

Moças-feitas pra noivar,

Velhotas que não desistem

De seu querer se casar,

Anciãs pra se recordar:

Estão todas, que é domingo,

Missa assistindo das dez.

 

 

A Catedral

 

Entremos na Catedral,

Ir lá é fazer viagem

Nas carruagens da história

E nas caleças da lenda...

Frontispício tem imagem

De Santa que, pelo cerco

Da então Igreja Matriz,

Não sofreu nem arranhão,

Nem raspão sequer de bala,

Enquanto toda fachada,

De frente pro tiroteio,

Era de furos picada,

Era de rombos crivada;

Se diz que, em 93,

Quando faltou que comer,

Eram carneados cavalos,

suas carcaças são postas

Depois, ao sol, pra secar.

Bandeiras de couro cru

A tremular, tataleando

Nas janelas dessa igreja
 

 

Estátua do Dr. Penna

 

Na Praça da Catedral,

Antes Praça da Matriz,

Estátua do Dr. Penna

Que, enquanto viveu, foi médico,

Ou, melhor, foi coração,

Agora que é monumento,

Embora esteja ao relento,

É médico dos mendigos,

Sentados no pedestal,

Bêbados ébrios de frio,

Dá consultas pras estrelas,

Constelações constipadas,

Passa receitas prontas

Pros resfriados dos astros

E para o céu, se tem gripe

A tossir trovões e raios,

Examina a lua cheia

E constata gravidez...
 

 

O Coreto

Na Praça fica o Coreto,

Em que se tinha retreta

Da bandinha do Congonha,

Retratista lambe-lambe

Tirava ali suas fotos:

Se fosse mulher bonita,

Provava com a saliva

Gosto da moça na chapa...

O Coreto dos discursos

Retumbantes dos comícios

De abaixo e morra o governo!

 

 

Anjos e cisnes

Ah, a Praça do Jardim,

Com fontes que cascateiam;

Nelas, anjo toma banho

Com sabonetes das flores

Que ipezeiros amarelos

Lhe mandam para esfregar

Catinguinha das axilas,

Justo onde nascem as asas

(São duas as asas dele:

Uma delas pra voar

E mais outra, donde emana

Seu cheirinho de sovaco...)

Esse anjo abraça um cisne,

Figuram as suas penas

As velas brancas de barcos

Conquanto seja o palmípede

Não mais que ferro batido...

 

 

Prédio da prefeitura

Do lado de lá da praça,

Um tanto grego e romano,

O prédio da prefeitura:

É todo aberto em janelas,

De certo, foi feito assim

Pra que, por elas, circulem

Ares da democracia

No clarão azul do dia,

Por elas entram e saem

Vozes da população

E, pelas sacadas, se ouvem

Direitos do cidadão!

 

 

As lojas

Neste subir e descer,

Ponta acima, ponta abaixo,

Ao longo da Rua Sete,

Vamos parar para ver,

Vamos fazer umas compras

Nas lojas que nela estão:
 

 

Instituto Municipal de Belas Artes

É, pois, do Conservatório,

Com pórticos, com terraços,

Que se coroa, no alto

Por bolota, uma pelota

Que representa o planeta,

Este mundo em que se vive:

Como podem suas colunas

Já sem forças de tão velhas,

Sustentar sem tremer pernas

Peso do globo terrestre?

- Não importa, o que mais vale

É música que lá se faz,

Mesma música que se escuta,

Quando o vento passa pelas

Árvores do paraíso,

Como se cellos, no céu,

Tomassem forma de nuvens...

 

 

Praça da Estação

Praça Júlio de Castilhos

Com seus plátanos de outono,

Foi a Praça da Estação,

Partiam, chegavam trens,

Saudade que vinha vindo

E saudade se indo embora

Em vagões de nostalgias,

Os apitos são suspiros

Das locomotivas ao

Passar pela Ponte Seca

(Um arco-íris de ferro,

Viaduto sobre a rua),

Carros de praça em fileira,

Pregões dos carregadores,

Louvando o Hotel Paris,

Hotel Fronteira, Pensão

Vellar – que tem água quente,

Camareiras camaradas,

Arrumadeiras que sempre

Aliviam solidões...

Mallet, no seu monumento,

Espera a qualquer momento

Trem da serra, de Pelotas...

Onde se tinha a estação,

Centro Administrativo

Município fez agora. 

 

Igreja da Conceição

E nesse longo passeio,

Vamos rezar noutra igreja,

depois das orações feitas

Na nave da Catedral:

Igreja da Conceição,

Onde se erguia a capela

Que depois foi demolida,

Seus antigos anjos voam

Não se sabe como, pois,

Ao se pôr abaixo o templo,

Suas asas se quebraram... 

 

 

Os museus

Gente boa que morre vai pro céu,

Das coisas do passado que morreu

Também as almas não vagam ao léu,

Vão pro céu das coisas- o Museu…

Há o Museu Dom Diogo,

Do Forte de Santa Tecla,

Também Museu da Gravura,

Os museus que nos deixou

Tarcísio Costa Taborda

 

 

A Universidade

Há uma universidade

Em URCAMP abreviada,

Existem rampas la dentro

De subir pra imensidade,

Estátua do Pensador

A cogitar mais fazer

De melhor pra mocidade,

E nela existe o CENARTE:

Produtosde su talento,

Cada trabalho um portento,

Se leva pra toda parte

Há um fazer de pintura,

Há um labor de gravura,

Um fazer muito de música,

Recitais, consertos, óperas,

E tem, também, o teatro,

Onde, no palco, se pensa

Ser mentira o que se diz

E, vai-se ver, é verdade!

 

Associação Rural e Aciba

Expofeira da Rural:

São touros, carneiros e vacas,

São ovelhas e novilhas,

Raças aristocratíssimas,

Nobreza de quatro cascos,

Perdão, de quatro costados,

Com as cabeças cingidas

Pela tiara das aspas,

Pelas coroas dos cornos,

Todos envoltos em mantos

de couro que, ultimamente,

Refletem brilhos e luzes

Ao passar pelos salões,

Com seus títulos escritos,

com seus brasões registrados,

Nos armoriais nobiliárquias,

Tudo para garantir

Excelência e qualidade

E perfeição de perfis

Do que produz, do que criações

A pecuária em Bagé

Nas estâncias modelares,

Nas fazendas exemplares,

Nas explendidas cabanhas

Que se estendem primorosas

Pelos pagos da querência

E coxilhas da Campanha,

Vale a pena ver de perto

Pujante lida campeira!

Da indústria e do comércio

tem a Aciba, que promove

Exposições nas vitrinas

Na Semana de Bagé,

Em que, ao lado de vestidos,

E bolsas, sapatos, luvas,

Se tem poemas e quadros,

Se tem versos e desenhos

Pra sugerir que os artigos

das lojas, dos antiquários

Também são obras artísticas,

O que não deixa de ser

Verdadeira realidade...

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