Qual é o melhor momento da vida para aprender os princípios da ética se não na infância?
Em primeiro lugar porque a criança é curiosa e volta toda a sua energia para a descoberta e está extremamente conectada com o que é coerente e o que não é.
Em segundo, porque está muito em uso, atualmente, a ideia de felicidade, bem-estar, ser alguém especial em casa, ser o príncipe ou princesa da mamãe e do papai. Nesse panorama vê-se o exagero de famílias que elogiam e bajulam confundindo esta atitude que só cria egoístas com nutrição da autoestima. Este princípio de superestimular a autoestima da criança não é correto, pois a mantém viciada em ganhar sem mérito, em acertar, em ser o centro das atenções. Este engano está gerando pessoas autocentradas e não autor-realizadas ou com noções corretas sobre seu valor no mundo. O pior disso tudo é que pessoas preocupadas em ser o centro de todos os momentos não estão sendo preparadas para tropeços, costumam se desesperar e descompensar diante de fracassos e tendem a reações de "birra" quando desafiadas, além de terem dificuldade de respeitar as necessidades dos outros e as figuras de autoridade. Isto, exatamente, porque foram criadas acreditando que são o centro do universo.
Ao contrário disso tudo, é na infância que se aprende que os outros também ocupam este mundo no mesmo momento que nós. É quando criança que se aprende que ninguém é ou deveria ser mais importante que ninguém. É em tenra idade que se planta a importante noção de que por mais talentos que se tenha as regras são para todos, e que as sanções para quem não as cumpre também são para todos.
Crianças que aprendem noções sobre ética costumam ser mais felizes porque descobrem cedo a satisfação do trabalho em equipe e o prazer de dedicar-se com empenho em tarefas grandiosas, descobrem a alegria de ser parte de algo maior que elas, o que é bem diferente de ter ideias megalomaníacas de poder e grandeza.
Por fim, crianças com senso ético desde bem pequenas neutralizam em qualquer ambiente o risco do bullying e da desonestidade, pois aprenderam na prática e desde sempre que aquilo que não gostam que seja feito consigo não deve ser feito com ninguém.
É quando criança que se aprende
que ninguém é ou deveria ser
mais importante que ninguém