Editorial
Consumo consciente
Um dos ambientes mais sérios a serem encarados a cada período de estiagem, em Bagé, é, sem dúvida, o racionamento de água. Neste ano, há mais de cinco meses a população local se adapta a uma realidade que, por mais difícil que seja, não é novidade, tampouco uma visita rara.
A meteorologia, já no ano passado, projetava que os índices pluviométricos, em 2018, para a Rainha da Fronteira, seriam abaixo da média histórica. E isso, de fato, se confirmou. Nos últimos oito meses, para se ter uma ideia, choveu, em média, menos de 80 milímetros por mês – algo bem inferior do que tradicionalmente ocorre. Enfim, o racionamento, mais uma vez, se apresentou.
Agora, como destaca matéria de capa desta edição, o abastecimento de hídrico parcial, a cada 12 horas, pode estar próximo do fim. Segundo o diretor do Daeb, responsável pelo monitoramento de cada um dos reservatórios e, ainda, por definições sobre distribuição, há reais possibilidades de que o atual rodizio seja encerrado. Depende de apenas uma questão, a normalidade do nível da barragem do Piraí, considerada, na atualidade, a principal de Bagé, devido à sua ampla rede de captação. O fato positivo, nessa questão, é que a meteorologia projeta chuvas consideráveis a partir de domingo que, se se confirmarem, podem resolver a demanda.
Mesmo estipulando o fim do racionamento, uma lição oriunda dele deve permanecer. E não apenas aos bajeenses, mas a qualquer cidadão. O consumo consciente de água, um dos bens mais fundamentais que a natureza prove a todos os seres vivos, deve ser levado a sério. Como se sabe, a distribuição limitada, mesmo dura de encarar, permite uma espécie de autocontrole sobre qualquer ação que necessite do hídrico. É importante que medida adotadas até o momento se perpetuem, e não apenas por mais alguns dias, meses, mas para sempre.