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Primeiro concurso do Junipampa premia vencedores
As vencedoras do 1º Concurso do Jornal Universitário do Pampa (Junipampa) foram premiadas, ontem, na LEB Livraria, com kits contendo livros e material de escrita. A competição, oferecida pelo Laboratório de Leitura de Produção Textual (Lab), ligado ao curso de Letras da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), junto ao curso de Jornalismo da Universidade da Região da Campanha (Urcamp), surgiu após às instituições envolvidas realizarem uma oficina com a mesma temática: “Cidade, rua, gente: a escrita enquanto expressão fotográfica”.
Segundo uma das professoras responsáveis pelo Lab, Clara Dornelles, o concurso tinha o objetivo de fomentar a escrita e a fotografia de artistas locais, além de oportunizar o aperfeiçoamento e evidenciar o trabalho destes escritores. Clara destaca que a disputa foi aberta à comunidade, sendo que das três vencedoras, apenas duas participaram da oficina.
A competição premiou as três melhores crônicas feitas a partir de fotografias tiradas pelas participantes, sendo elas: “Eu não pertenço a Bagé, eu sou Bagé”, da estudante de Letras – Línguas Adicionais da Unipampa, Ana Isabel de Sousa Amorim; “O silêncio que ecoa do meu grito”, da acadêmica de Jornalismo da Urcamp, Letícia Luz Franck, e “Vertigem solar”, da publicitária graduada pela Urcamp, Natália Camargo Dutra.
Na ocasião, Letícia conta que participou da oficina porque precisava de horas complementares e decidiu aliar seus gostos pela escrita e fotografia a isso. Quanto à ideia para o texto, ela comenta que surgiu enquanto andava de ônibus com sua mãe e presenciou a frase “Deividi, o dreg kin”, escrita em um banco do veículo. “Em primeiro momento eu pensei que fosse um deboche, mas, depois, na minha cabeça, eu já estava pensando em alguém muito pobre e que não tem acesso ao conhecimento”, comenta a estudante, que, a partir disso, escreveu uma crônica retrógrada, onde o personagem se desconstruía durante sua trajetória no ônibus. “Quando ele subiu no ônibus, ele era David, o Drag Queen, uma ‘fera indomável’, uma ‘mulher’, conforme ele foi se aproximando da parada, era uma ‘fera ferida’, ele era ‘homem’”, destaca.
Já Natália conta que se interessou no concurso para se desenvolver na escrita e levar a público seus textos, os quais são meio em que acredita se expressar melhor. Na hora de escrever sua crônica, ela decidiu se basear em uma imagem que presenciou em dia nublado, para falar sobre a solidão. “Vi um pássaro se equilibrando em um fio. Então me veio a ideia de como se ele estivesse me mostrando a sua solidão, enquanto eu lhe mostrava a minha”, explica.
Os textos e imagens das vencedoras, assim como outros que se destacaram no processo de avaliação, serão publicados no site do Junipampa ao longo dos meses de julho e agosto.