Editorial
Atualização necessária
As unidades de conservação ambientais representam menos de 3% do Pampa. Com a pior situação nacional do ponto de vista do risco de preservação, reconhecida, inclusive, pelo Ministério do Meio Ambiente, o bioma entra na pauta de prioridades da pasta. A nova agenda, que iniciou na semana passada, prevê a realização de oficinas que envolvam a participação de instituições de pesquisa, governo e organizações da sociedade civil. O foco da discussão está direcionado para o desenvolvimento de alternativas para o uso sustentável.
O trabalho integra o cronograma de atualização das Áreas e Ações Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade Brasileira - instrumentos de política pública utilizados como base para o planejamento e implementação de ações de conservação da biodiversidade, a exemplo da criação de unidades de conservação e licenciamento. A última atualização das áreas prioritárias do bioma Pampa ocorreu em 2006, quando foram definidas 105 zonas, sendo 17 já protegidas e 88 novas. O conjunto ocupa, hoje, apenas 94.595 quilômetros quadrados (km²), o que corresponde a 52,90% do bioma.
O Ministério do Meio Ambiente reconhece que a expansão da agricultura e das monoculturas de árvores exóticas tem provocado profundas transformações na paisagem do Pampa – único bioma que não e considerado patrimônio nacional pela Constituição. A redefinição de áreas prioritárias vai auxiliar na gestão territorial, e não apenas do ponto de vista das demandas. O planejamento cumpre um importante papel na definição das políticas intersetoriais, reforçando a tese de que a perspectiva da preservação não precisa ser encarada como uma oposição às atividades econômicas. O importante é conciliar.