Segurança
Decrab de Bagé deflagra operação contra o abigeato na fronteira
A Operação Ponto Extremo cumpriu nove mandados de busca e apreensão. Isso na manhã de ontem, em Barra do Quaraí e Uruguaiana. A Delegacia Especializada na Repressão aos Crimes Rurais e Abigeato (Decrab) de Bagé, com apoio da Delegacia de Polícia Civil de Barra do Quaraí, deflagrou a ação com o objetivo de combater uma organização criminosa responsável por abigeato em ambas as cidades. De acordo com o delegado coordenador da Decrab, Cristiano Ritta, a investigação começou em abril deste ano e essa é uma das maiores organizações criminosas da atualidade.
Ao todo, oito pessoas foram presas, sendo elas: Tiago Padilha Moreira, Ornélio Teixeira, Liliane Petrolina Dorneles, Alfredo Rodrigues Andrade, Ana Luiza Rodrigues Padilha, Adriano Padilha Moreira, Hugo Padilha Moreira e Adrieli Padilha Moreira.
Conforme os policiais civis, foi apreendido considerável quantidade de carne fresca, inclusive com características de abate recente. Em um dos locais, em meio à carne, haviam patas de vaca ainda com terra, apresentando as características do abate oriundo do abigeato.
Ao todo, foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão, sendo um dos locais um estabelecimento comercial. Quatro pessoas foram presas por conta de prisão preventiva e quatro em flagrante, pelos crimes de recepção, posse de arma de fogo e abigeato. Várias armas de fogo foram apreendidas, além de munições e equipamentos utilizados para a prática de abigeato.
Os policiais apreenderam, ainda, um barco a motor que seria utilizado pela quadrilha para transportar carne de abigeato pelo Rio Uruguai.
Segundo o delegado André Mendes, durante a investigação, foi identificada uma organização criminosa especializada em abigeato na forma de carneada, composta por pelo menos 11 pessoas, e que apenas em 2018 é suspeita de ser responsável por mais de 20 ocorrências. “Além de atuar nos municípios de Uruguaiana e Barra do Quaraí, o grupo também realizava furtos de gado no município uruguaio de Bella Unión”, salientou a autoridade.
De acordo com Ritta, os criminosos carneavam os animais no campo, sem as mínimas condições de higiene e em total desacordo com as normas legais, sendo a carne levada para Barra do Quaraí, onde era comercializada. “Os investigados costumavam utilizar barcos e veículos para transportarem a carne do gado furtado, sendo o Rio Uruguai muito utilizado na rota”, explicou o delegado.
Ritta também salientou que eles carregavam os animais pelo rio, tendo ações criminosas também no Uruguai e na Argentina. “Esta prisão é muito importante, pois este grupo é um dos responsáveis por uma grande parte dos crimes que aconteceram na região”, concluiu.