Editorial
Para onde reclamar
O advento da internet, mais especificamente do uso em massa das redes sociais, tornou a web em um espaço muito mais amplo que apenas para obter conhecimento de forma ágil e prática. Na atualidade, com suas exceções, é claro, uma quantidade significativa de usuários utilizam os canais virtuais para exporem suas opiniões, e, com certa ênfase, para reclamar.
Nos dias atuais, é fato, quase tudo surge na internet. Páginas e fóruns de discussão se tornaram espaços para falar de tudo, seja para buscar contatos do comércio ou mesmo para exigir, dos entes públicos e mesmo privados, o atendimento de soluções para demandas classificadas como urgentes. Faz parte do ambiente democrático, claro, mas em determinados momentos é preciso um mínimo de discernimento.
Em âmbito local, para exemplificar esta análise, pode-se utilizar reportagem publicada nesta edição a respeito da Ouvidoria inaugurada, no mês passado, pelo Executivo. Vinculada ao Controle Interno, o espaço não apenas atende a uma exigência da legislação, como oportuniza que cidadãos direcionem, para tal estrutura, reivindicações. Na teoria, este ambiente poderia ser utilizado para que demandas fossem direcionadas pela população e solucionadas com certa rapidez.
Ao que se percebe, num primeiro momento, na prática, porém, é o contrário. Com raras exceções, a maioria dos questionamentos consistiram em pedidos de informação que pouco ou nada tem haver com a plataforma. Apesar de não ser mencionada na publicação, uma das solicitações foi sobre como se elabora um trabalho de conclusão de curso. Sim, auxílio para um TCC esteve entre os pedidos – nada nem próximo da utilidade do canal.
Ou seja, neste momento em que a população busca atrair a atenção, em especial dos gestores, é fundamental, antes de tudo, saber para onde reclamar. Caso contrário, mesmo o monitoramento de redes sociais já ser uma realidade, a demanda do cidadão poderá ficar perdida em meio a um verdadeiro mar de solicitações e pedidos.