Editorial
Demanda de saúde pública
O projeto que pretende viabilizar a construção de uma rede completa de saneamento junto ao município de Aceguá, a qual a parte do lado uruguaio já teve início, pode ser considerada uma empreitada que atende a um requisito de saúde pública. Até porque o desenvolvimento de uma determinada região, independentemente de que em que âmbito, necessita que tal setor tenha atendimento garantido.
Reportagem desta edição do MINUANO antecipa que a ordem de início dos trabalhos, no lado brasileiro da cidade-gêmea de fronteira, deve ser anunciada em 21 de agosto. Será, na prática, a autorização para a conclusão de um projeto idealizado há mais de seis anos. Lógico que a finalização da obra é que sacramentará a empreitada – porém, tal definição, já pode ser vista como uma notícia positiva.
Mais interessante é que, em termos gerais, o empreendimento surge a partir de um entendimento mútuo, de Brasil e Uruguai, no sentido de viabilizar uma obra de âmbito binacional que solucionará uma demanda de ambas as nações. Na empreitada, somente em território tupiniquim, serão construídas uma estação de tratamento e três estações elevatórias de bombeamento do esgoto. Além disto, ao final, a obra contará com nove quilômetros de rede coletora que atenderá todas as residências do município, nos dois lados da fronteira.
É possível estimar que, pronta, a obra poderá servir de exemplo para quaisquer outros municípios. Em especial porque Aceguá dará um passo gigantesco rumo ao seu desenvolvimento. Coletando todo o esgoto produzido, será uma das poucas – é preciso reconhecer esta conquista – cidades, pelo menos do Brasil, a atingir este percentual. Em resumo, no que tange a saúde pública, estará caminhando para um futuro ímpar, viabilizado por uma infraestrutura que deveria ser básica, mas que, por uma série de questões – na maioria das vezes financeiras – não é contemplada a pleno no restante do Brasil.