Cidade
Cerca de 30 famílias ocupam área privada no bairro Floresta
A obra do anel rodoviário, que está agendada para ser inaugurada no dia 4 de agosto, motivou um grupo de pessoas a invadirem uma área no bairro Floresta. No local, mais de 300 pessoas dividiram um espaço privado que já foi uma chácara há anos atrás. O campo, que hoje foi organizado, limpo e loteado por cerca de cerca de 30 famílias, já ganhou até nome: Residencial Camargo.
De acordo com um dos responsáveis pelo local, o pedreiro Osni Camargo, de 45 anos, as famílias estão construindo casas nos lotes e arrumando os espaços. Ele conta que, no início, houve alguma confusão de pessoas que queriam lotes, mas foi preciso organizar e dividir os espaços, priorizando as que tinham crianças.
Camargo ressalta que está buscando, junto à prefeitura, uma forma de colocar luz e água para as famílias, mas não tem obtido êxito. “As pessoas trabalham e não tem onde morar. Por isso invadimos o local”, destaca. Ele disse que família que era proprietária da área tem muitas dívidas com a prefeitura e que o Executivo não realizou a desapropriação.
Além disso, segundo o pedreiro, o local não é uma área verde. Ele espera que a prefeitura regularize a área para que eles possam ter infraestrutura. A iluminação no anel rodoviário chega a 200 metros do local, mas na frente do terreno não há postes. “Estamos aqui, há cerca de cinco meses, vivendo de forma precária, sem água nem luz, e vamos seguir pleiteando pela melhoria”, informa.
De acordo com o arquiteto e coordenador de fiscalização da Secretaria de Gestão, Planejamento e Captação de Recursos (Geplan), Antônio Cândido Trindade, por ser uma área particular, a prefeitura não tem nenhuma ingerência sobre o tema, nem pode notificar os atuais moradores. Ele salienta que o espaço pertence a mesma família que era proprietária do terreno onde hoje está localizada a Vila da Miséria. “É uma sucessão familiar e os proprietários estão pedindo a reintegração de posse na Justiça”, enfatiza.
O coordenador informou que não tem como as famílias conseguirem a ligação de água nem luz no local. “A prefeitura não vai autorizar o Departamento de Água, Arroios e Esgoto de Bagé (Daeb), nem a Companhia Estadual de Energia Elétrica (Ceee) a realizarem as ligações”, afirma, explicando que tal medida seria ilegal.