Cidade
Obra do anel rodoviário movimenta economia
Após uma espera de mais de 30 anos, a obra do anel rodoviário já tem data para a inauguração: prevista para o dia 4 de agosto. Mesmo antes de ser finalizada, porém, a autoestima dos moradores da Vila Gaúcha, Stand e Floresta - bairros contemplados com o empreendimento - já mudou e vários investimentos podem ser visualizados no decorrer dos 2,6 quilômetros das margens do asfalto.
Conforme a presidente da Associação de Moradores da vila Gaúcha, Estela Mara Machado, várias casas estão sendo construídas desde o cruzamento da rua do Acampamento, onde inicia o asfalto, passando pela Athos Aramis Budó, se estendendo até a Otávio dos Santos. Além disso, segundo a líder comunitária, a obra trouxe um progresso muito grande porque as pessoas estão fazendo investimentos em pequenos negócios e melhorando a estrutura da casa no decorrer da via. "A pavimentação deu uma vida nesses bairros", relata.
A obra do anel rodoviário era prevista para ser concluída no final de agosto de 2017, mas devido a atraso no encaminhamento de materiais e outras dificuldades teve que ser adiada. A empresa responsável pela execução da obra é a Construbrás. No trecho, foi aplicada pavimentação asfáltica com Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ), sinalização viária e construção de passeios públicos.
O morador e empresário João Mariano Silveira, 62 anos, foi um dos que aproveitaram a melhoria da via para investir. Ele herdou o comércio de seu pai mas, devido ao pó, não conseguia viver do pequeno mercado. Após o início da obra, Silveira resolveu realizar melhorias na empresa. Executou uma reforma no local e investiu em equipamentos para a montagem de uma padaria. "Hoje, as pessoas passam no local e param para realizar as compras. Estamos investindo no ritmo do andamento da obra para poder ter retorno no futuro", destaca.
O empresário comprou freezers, fruteira e mudou todo o piso do estabelecimento. Ele conta que a filha, Mariana, formada em Biologia, deixou o trabalho para ajudá-lo no investimento. "É uma empresa familiar e mantemos algumas peças do comércio do meu pai que foi aberto em 1949", relata.
Outro investidor foi o aposentado Cláudio Cavaleiro Ribeiro, 61 anos. O morador montou uma lavagem de carros e ressaltou que o movimento melhorou muito após o inicio da obra. "Vivo no local, há mais de 17 anos, e já esperávamos a obra há muito tempo", enfatiza. Para o aposentado, o asfalto trouxe progresso, mas também causa algumas preocupações no sentido da velocidade do trânsito.
Ribeiro conta que as pessoas não respeitam a faixa de segurança. Enfatiza que pequenos comércios estão abrindo no decorrer da via, impulsionando a venda e valorizando os terrenos. "É necessário repensar e colocar quebra-molas em alguns pontos e até uma rotatória", diz.
Espera
A construção do anel rodoviário chegou iniciar em 2014, houve medições no trecho, mas a empreitada pouco evoluiu. Em fevereiro de 2017, a obra foi retomada. A empreitada foi orçada, inicialmente, em R$ 4.103.117, sendo R$ 3.692.805,30 oriundos da Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan) e o restante, R$ 410.311,70, com contrapartida da prefeitura.
Pelo tempo de demora na efetivação do projeto, o Executivo municipal teve que se responsabilizar por mais R$1.303.321,04, totalizando R$1.713.632,74 de investimento do município. Na via, foi realizada a terraplanagem, drenagem pluvial, pavimentação asfáltica, sinalização viária e pintura na horizontal.