Campo e Negócios
Safra de grãos deve superar 300 milhões de toneladas em dez anos
Publicada em 08/08/2018
Nos próximos dez anos, o Brasil vai produzir 69 milhões de toneladas (t) a mais de grãos, saltando de 232 milhões de toneladas para de 302 milhões t em 2027/2028, puxadas principalmente pela soja (156 milhões t) e o milho (113 milhões t), com incremento estimado em 30%. A produtividade é apontada como responsável pelo aumento da produção de grãos, o que pode ser constatado pelo aumento da projeção da área de plantio, no mesmo período, de apenas 14,5%.
Os números são do estudo Projeções do Agronegócio, Brasil 2017/18 a 2027/28, da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e da Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Sire/Embrapa). A pesquisa utilizou dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Embrapa, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Ibge), Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Fapri (Food and Agricultural Policy Research Institute) e do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (United States Department of Agriculture/Usda, sigla em inglês).
Expansão de área
A expansão da área plantada de todas as lavouras (algodão, arroz, banana, batata inglesa, cacau, café, cana-de-açúcar, feijão, fumo, laranja, maçã, mamão, mandioca, manga, melão, milho, soja grão, trigo e uva) no Brasil sairá de 75 milhões hectares, em 2018, para 85 milhões de hectares nos próximos 10 anos. O crescimento global será de 13,3%, o equivalente a 10 milhões de hectares em regiões de pastagens naturais ou por reaproveitamento degradadas, conforme o estudo.
Uma parte do crescimento da área plantada deve acontecer em áreas de fronteira localizadas especialmente no Centro Oeste, Norte e Nordeste. As maiores expansões devem ocorrer no plantio de soja, cana-de -açúcar e milho. Lavouras, como arroz, feijão, mandioca e laranja, devem ter redução de área plantada. Ganhos de produtividade deverão compensar as reduções, de modo que não haverá recuo de produção. O café deve apresentar certa estabilização da área e os ganhos de produtividade obtidos nos últimos anos permitem obter produção crescente, mesmo com tendência de redução de área.
O cultivo de grãos (algodão, amendoim, arroz, aveia, canola, centeio, cevada, feijão, girassol, mamona, milho, soja, sorgo, trigo e triticale) terá variação de área de 14,9%, de 62 milhões ha para 71 milhões ha, em 2027/28, aumento de 9 milhões ha. Esse grupo de produtos deverá ter a produtividade como o principal driver (motor/impulsionador) de crescimento, pois a produção deve aumentar cerca de 30% em 10 anos.
Conforme a pesquisa, o Centro Oeste dispara no ranking das regiões de maior aumento na produção de grãos, saindo de 103 milhões t para 139 milhões t (+ 36 milhões t ou 34,8%). É prevista, também, a expansão da produção de grãos em direção ao Norte do País, com crescimento de 34% em relação a 2018. Destacam-se nessa expansão Rondônia, Tocantins e Pará. Os estados do Sul terão incremento de 24,8% (+19 milhões t), alcançando 94 milhões t de grãos.
Quanto à área plantada de grãos, os estados do Centro Oeste terão incremento de 28,2%; do Norte, 23%; e do Sul, 7,5%.
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