Segurança
Tentativa de homicídio é desclassificada em júri popular para lesão corporal
Aconteceu, ontem, no salão do Tribunal do Júri, do Fórum de Bagé, o júri popular de Róger Maciel Bispar, de 26 anos. Ele era acusado de tentar matar, no dia 22 de maio de 2015, por volta da 1h30min, em via pública, na avenida Espanha, Cristiano Guedes Fagundes, ao desferir-lhe uma facada nas costas. O júri foi desclassificado de tentativa de homicídio para lesão corporal.
Na ocasião do fato, segundo relatado, a vítima estava em um trailer, onde acontecia uma festa, oportunidade em que o denunciado teria realizado o ataque. Conforme a sentença de pronúncia, da magistrada da 1ª Vara Criminal, juíza Naira Melkis Caminha, o delito foi cometido mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, uma vez que foi atingida pelo denunciado de inopino, pelas costas, dificultando a possibilidade de reação.
Depoimentos
O primeiro a ser ouvido foi a vítima, que contou que chegou no local e pegou uma cerveja e, após, cruzou o estabelecimento, momento em que o acusado, sem motivo, teria lhe desferido uma facada na altura da escápula. Ele contou que não tinha problemas com o réu.
O promotor Roberto Bayard Figueiró questionou sobre uma briga ocorrida anteriormente e que o réu teria comentado, em outra audiência, que essa seria a motivação. A vítima confirmou que havia ocorrido uma briga, na época do Carnaval, mas que ele não teria agredido o acusado.
Depois foi ouvido um amigo da vítima, que contou que viu o acusado fugindo com a faca na mão. Ele também relatou que a vítima estava sangrando muito e foi levado para o pronto-socorro, onde foi feito um dreno no pulmão.
Por último, foi ouvido o dono do estabelecimento, que contou que conhecia os dois, mas que não tinha visto nada e não sabia o motivo da briga. Contudo, confirmou ter visto o acusado correndo e fugindo em direção ao bairro.
Interrogatório
Ao ser ouvido, o réu confessou o ataque, dizendo que, na briga anterior, teria sido agredido e ficado bastante machucado e que os agressores seriam a vítima e seus amigos. “Eu fui com a faca para me defender. Eu vi o Cristiano (vítima) e o amigo me encarando. Como eles já tinham me agredido no Carnaval, em um bar que estávamos, eu pensei que eles iriam me agredir novamente e então desferi a facada”, argumentou. Ele também foi questionado porque não havia registrado ocorrência e disse que não fez o registro pois não achou importante no fato.
O réu também disse que escolheu a vítima porque ele teria provocado a briga na época do Carnaval.
Resultado
Como a modificação do tipo de crime, de tentativa de homicídio para lesão corporal, os trâmites do processos serão retomados.