Cidade
Inaugurada exposição de Henrique Tobal
O Arquivo Público Tarcísio Taborda, em parceira com o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio, Histórico, Cultural e Ambiental do Município de Bagé (Compreb), inaugurou, ontem, a exposição “Henrique Tobal: um gênio espanhol em Bagé”. A atividade integra a programação da Semana do Patrimônio e encerra dia 31 de agosto.
A mostra conta com a pesquisa histórica da diretora da Casa de Cultura, Heloísa Beckman, em que retrata a construção de prédios, através do acervo de plantas que detalham a riqueza arquitetônica que Tobal trazia de suas inspirações espanholas, além de exemplares da revista Phenix, sob a direção de Túlio Lopes, que ganhou fama como talentoso homem da imprensa.
Conforme Heloísa, os painéis pertencem à Sociedade Espanhola e a pesquisa foi realizada junto a família de Tobal, o Museu Dom Diogo de Souza e acervo do jornalista Mário Lopes. A pesquisadora salienta que Tobal, os arquitetos Domingos Rocco e os irmãos Obino, foram responsáveis por valiosos prédios que compõem o patrimônio de Bagé, como o Palacete de Domingos Gomes, hoje clínica Gafrée; a Casa de Cultura Pedro Wayne; a União Operária, hoje Tarragona; casa da família Budó e o Teatro da Sociedade Espanhola. Além das capelas da Vila Vicentina, Santa Casa de Caridade de Bagé e o Colégio Franciscano Espírito Santo.
Segundo a responsável pela mostra, é importante que as pessoas não percam essa referência histórica que engloba desde suntuosos casarões até singelos conjuntos arquitetônicos. “Essa consciência coletiva demonstra uma cidade que sabe caminhar para o desenvolvimento preservando o patrimônio”, disse.
O arquiteto
Henrique Tobal Macias nasceu em Málaga, na Espanha, em 1º de maio de 1886. Filho de Henrique Tobal Martins e de Catalina Macias Benites, formou-se em Arquitetura e Escultura na Escola de Belas Artes de Madrid. Após isso, decidiu tentar a sorte na América.
Chegou em Porto Alegre, em 1912 e, após breve período, rumou para Bagé, onde fixou residência definitivamente. Ao lado do seu escritório de arquitetura, criou uma escola artística de desenho e escultura. Em seu ateliê, produzia peças em gesso, cimento e madeira. Casou-se com Maria Isolina Araújo, com quem teve dois filhos. Construiu prédios já desaparecidos, como o Banco Pelotense, a Loja Salim Kalil, a Casa Padilha e América. Tobal morreu dia 1º de março de 1952, aos 65 anos idade.