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Corrida Fantástica dá início à Semana Nacional da Pessoa com Deficiência
Bem mais que os 25 metros de pista, os competidores da quinta edição da Corrida Fantástica percorreram a tarde de ontem como protagonistas rumo ao pódio de chegada em uma grande celebração de respeito e aceitação às diferenças. A atividade, realizada no Ginásio Presidente Médici (Militão), deu o estarte à programação da Semana Nacional da Pessoa com Deficiência.
O evento, em seu quinto ano consecutivo, é realizado pela Associação Bajeense de Pessoas com Deficiência (Abadef), com parceria da Associação de Pais e Amigos do Excepcionais (Apae) e apoio da Secretaria Municipal de Juventude, Esporte e Lazer (Sejel). A presidente da Abadef, Cimone Gonzales, destaca que a atividade reuniu cerca de 80 participantes de Bagé, Aceguá e Candiota, que concorreram em modalidades que incluíram todas as especificidades de deficiências como cadeirantes e mobilidade reduzida ou pessoas com deficiência mental. "Esta edição foi mais que especial porque conseguimos reunir participantes de outros municípios, em um evento que cresce a cada edição. Os próprios competidores nos cobram a realização da corrida, e isso é superlegal porque nos mostra o quanto o evento se tornou tradicional", comenta.
Além disso, Cimone destaca que a tarde da Corrida Fantástica é uma tarde de atividades que respeitam as limitações com alegria e acolhimento, exaltando a capacidade de superação dos participantes. Um deles é o "veterano" das pistas Júlio Marcos Chinaipe, também conhecido pelo codinome Relâmpago McQueen. A bordo de seu audacioso carro vermelho, o menino de sete anos cortou a pista do Ginásio Militão, levando à frente do automóvel fabricado pela vizinha, uma artesã, a inicial de seu nome.
A mãe do pequeno, Margarete Chinaipe, conta que esta é a terceira participação do filho nas corridas. Nos anos anteriores, se apresentou ao público como Batman e aviador. "Ele fica o ano inteiro esperando o dia da corrida, pensando em como vai enfeitar a cadeira para a competição. Por ele, participava todos os meses, sempre com um personagem diferente", brinca ela.
A alegria de participar das atividades era visível não apenas nos rostos dos pequenos competidores como também do próprio público. Os estudantes da Escola Arnaldo Faria, por exemplo, foram até o ginásio demonstrar o apoio e torcida para dois estudantes da instiuição que estavam disputando. "Nossa escola é extremamente inclusiva, que respeita e aceita as diferenças. No ano passado, prestigiamos a corrida, mas sem competidores. Neste ano voltamos, desta vez com torcida organizada para nossos alunos", conta a professora de atendimento educacional especializado, Patrícia Silva.
Quando a corrida iniciou, as cores das fantasias, os sorrisos de alegria e a concentração para a superação tomaram conta da pista de 26 metros, por onde passaram palhaços, princesas, reis e até mesmo personagens inéditos, como a Chiquinha, companheira de travessuras do Chaves, e o Licurgo Gaiteiro e seu fiel escudeiro canino. Em seguida, a comissão julgadora apresentou os vencedores da tarde: o cadeirante mais original da competição foi Artur Ferraz, que se apresentou em seu trono de rei; a representante dos competidores de baixa mobilidade que mais chamou a atenção foi Isabele de Souza, que personificou a Chiquinha. Já a Escola de Ensino Fundamental Roberto Burns ganhou o troféu como a torcida mais animada da festa.
A atividade encerrou com uma sessão proporcionada pela Ciclo Regert, uma das parceiras desde as primeiras edições do evento, que disponibilizaram passeios de bicicletas às crianças com baixa mobilidade.