Editorial
Fim positivo
Ao longo dos últimos quatro dias, agentes dos órgãos de segurança de Bagé e região se debruçaram sobre um caso raro. O sequestro do empresário Vando Gasparoni, registrada no domingo à noite, foi, talvez, um dos fatos mais curiosos e tensos da cidade, ao menos em sua história recente.
A segunda-feira passada, mal o sol surgiu, foi marcada pelas buscas de informações. Grupos de conversas e até mesmo as redes sociais praticamente viralizaram com a notícia de que um empresário havia sido sequestrado – fato extremamente incomum. A reportagem do MINUANO, aliás, logo ao tomar conhecimento do então “boato” buscou fontes oficiais. E eis que veio a confirmação. Era hora de tornar o fato público, evitar fake news e, claro, qualquer tipo de dúvida dos leitores. Em nossos canais oficiais, chegamos a publicar um primeiro resumo, posteriormente retirado após uma solicitação da polícia.
Naquele momento, entendendo os esclarecimentos dos órgãos de segurança, o jornal optou por contribuir, de sua maneira, com um ato mais nobre que a própria informação. A alegação da polícia era de que os sequestradores afirmaram que caso algo fosse veiculado, o refém seria assassinado. Ou seja, a preservação da vida ganhou qualquer debate quanto ao assunto.
Os dias passaram e, por mais que outras pautas surgissem, o silêncio quanto caso de Gasparoni tornava o ambiente marcado por dúvidas. Dúvidas estas ainda mais latentes dentro da família do empresário. Aliás, compreensível. É quase impossível imaginar vivenciar uma situação destas. Normalmente, ao menos para os que aqui vivem, parecem fatos distantes, somente ocorridos em grandes centros do País. Mas não é mais assim.
Conforme as investigações, que resultaram com a libertação de Gasparoni, na noite de quarta-feira, mostrou-se que um crime tão hediondo quanto o sequestro desconhece fronteiras. Ao menos em Bagé, para azar de qualquer grupo que tentar se agigantar, as forças policiais, mais uma vez, deram uma resposta rápida e eficaz – mais uma vez, exalte-se. Foi o fim positivo, com certeza, para um fato que não deve ser esquecido tão cedo.