Cidade
Implantação da radioterapia em Bagé deve ampliar qualidade de atendimentos
Com a aprovação do projeto de execução do prédio que receberá o serviço de radioterapia, ao lado da Santa Casa de Caridade de Bagé, o hospital vive a expectativa pelo início das obras, previsto para os próximos 360 dias. Nesta semana, a pauta foi aquecida pelo recebimento do parecer de aprovação da Vigilância Sanitária do Estado, entregue através da Secretaria Estadual de Saúde.
Em entrevista ao Jornal MINUANO, o provedor do hospital, Aírton Lacerda, detalhou que a estrutura terá cerca de 800 metros quadrados, será adaptada para receber o equipamento de alta tecnologia, com sistemas de climatização, refrigeração da água, sistema elétrico diferenciado e maior espessura das paredes, além de contar com espaços de acessibilidade e visando o conforto dos pacientes. A unidade, segundo ele, deve atender uma média mensal de 50 pacientes oncológicos.
O médico destaca que a principal melhora no atendimento será em virtude da rapidez e no conforto do paciente, tendo em vista que o paciente não precisaria se deslocar até unidades de outras cidades, como Rio Grande, Pelotas ou Porto Alegre.
Conforme o radio-oncologista da Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon), Dionísio Becker, a maioria dos pacientes que necessitam de atendimento devem realizar o tratamento diariamente, de três a sete semanas. Dessa forma, muitas pessoas necessitam se acordar durante a madrugada para viajar até o local onde realizam o tratamento. "Temos sorte que, pelo menos, o município oferece transporte para quem precisa. Mas, principalmente nessa época do ano, muitas pessoas que já estão fragilizadas precisam se acordar cedo e sofrer com o frio e a ansiedade na estrada", declara.
Diferenças nos tratamentos
Durante a entrevista, Becker explicou que enquanto a quimioterapia é aplicada como medicamento injetável que atua em todo o organismo do paciente, a radioterapia é um tratamento local, realizada através de um aparelho chamado acelerador linear, que utiliza radiações para destruir ou impedir que as células de um tumor aumentem. O médico salienta que os dois tratamentos podem ser utilizados, sozinhos ou em conjunto, dependendo das especificidades dos pacientes em questão. "Temos três ferramentas para tratar tumores: a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia. Trabalhamos com elas analisando cada tipo de tumor e estágio da doença. Dependendo da situação, descobrimos a ordem e quais destas ferramentas são necessárias para tal paciente", frisa.
Articulação
Desde que foi inaugurada a Unacon, em dezembro de 2010, a expectativa gira em torno da disponibilização do novo serviço. A articulação iniciou em 2012, quando a gestão municipal assinou o termo de adesão para o Plano de Expansão da Radioterapia pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A estrutura deve ser construída ao lado do prédio atual da oncologia, onde hoje há um terreno baldio. Servidores do Ministério já realizaram várias visitas no local e dois técnicos em radiologia do hospital realizaram uma qualificação.
A obra, coordenada pelo Ministério da Saúde, vai abrigar serviço de radioterapia na modalidade teleterapia. O aparelho trabalha com fótons e elétrons que permitem tratar doenças profundas (em órgãos como pulmão e esôfago) e também superficiais, na pele e tecidos subcutâneos.