Segurança
Conhecido por liderar facção em Bagé, "Mochilão" é transferido para Penitenciária de Charqueadas
Conhecido como líder da organização criminosa ZL (Zona Leste), o apenado Tiago Rafael Leges Ferreira, 31 anos, "o Mochilão", foi transferido de Pelotas para a Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc). A transferência foi realizada na manhã de sábado, resultado da solicitação do Ministério Público de Bagé e Delegacia Especializada em Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec) e determinada pelo juiz da Vara de Execuções Criminais de Pelotas.
O bajeense foi preso, inicialmente, em Bagé, e está detido desde 2012. Ele ainda tem 44 anos de pena para cumprir e mais de 15 processos que ainda não foram julgados - o que pode aumentar o tempo de condenação. "Mochilão" é acusado de tráfico de drogas, latrocínio, roubo a joalherias, sequestro, entre outros crimes.
De acordo com o promotor de Justiça Cláudio Rafael Morosin Rodrigues, uma operação foi montada para garantir a transferência do apenado de Pelotas até Charqueadas. A ação reuniu agentes da Brigada Militar, Susepe e Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) - Núcleo Fronteira Oeste, sob coordenação do promotor de Justiça e da Defrec, através do delegado Cristiano Ritta. Mochilão chegou na Pasc por volta das 13h30min.
O promotor destaca que essa transferência é em definitivo. "Havíamos pedido, em meados de junho e julho. E com a grande escalada criminosa do apenado foi acatado pelo juiz e, então, realizamos a operação", explica o Rodrigues. Já o delegado conta que a ideia de levar o acusado para uma penitenciária de segurança máxima é mostrar que o Estado é que deve determinar onde os indiciados ficam. "Não é o preso quem escolhe", diz.
De dentro da prisão
Mesmo detido, Mochilão continuou atuando e organizando crimes de dentro da cadeia. Ele é acusado de ser o mandante do sequestro do empresário bajeense Vando Gasparoni, que ficou em cárcere privado de 19 a 22 de agosto. Durante a operação de resgate, a polícia prendeu seis pessoas e continua as investigações do caso.
Os acusados chegaram a pedir R$ 1 milhão para deixar Gasparoni em liberdade novamente. O resgate foi feito pela Defrec, Delegacia de Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), setor de Inteligência e Pelotão de Operações Especiais da Brigada Militar, com o apoio da 2ª Delegacia de Polícia de Bagé e a Delegacia de Dom Pedrito.
Além desse crime, o detento é apontado, também, pelo latrocínio do tradicionalista Gilberto Silveira. A organização do crime começou com uma garota de programa que vendia entorpecentes para o acusado e tinha uma dívida com ele.
A facção Zona Leste foi alvo de operações da Polícia Civil e Brigada Militar após assaltos a joalherias bajeenses e o grupo também estava envolvido em clonagem de carros. As informações para as ações da organização eram repassadas por Mochilão, conforme a polícia.
Em março deste ano, quatro pessoas foram detidas por vender drogas sob orientação de "Mochilão", além de um adolescente. A ação que culminou com a acusação policial foi realizada no Núcleo Habitacional Ney Azambuja (Cohab).