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Alta do dólar ainda não refletiu em Bagé
Os aumentos sucessivos do dólar, principalmente na última semana, devem refletir no preço de alguns produtos no País, principalmente na farinha e outros commodities, como feijão, óleo de soja e açúcar. Em Bagé, ainda não houve mudança no preço dos produtos. A estimativa, porém, é que até as próximas compras haja mudanças.
O gerente de uma padaria, Ronaldo Martins, salienta que já adquiriu farinha com o valor mais elevado, na primeira suba da moeda estrangeira, mas a empresa optou por não repassar para os clientes. Martins diz que é necessário esperar que o mercado se estabilize antes de tomar qualquer atitude. "O aumento deve chegar em torno de 7%, mas por enquanto iremos absorver sem repasses", comenta.
O gerente de marketing da rede de supermercados Nicolini, Selmo Dias, afirma que ainda não houve reflexos no setor. Ela frisa que os reflexos na economia devem ser sentidos a longo prazo, principalmente nos produtos derivados do trigo, que são importados. "Não tivemos alterações e essa suba deve fomentar a exportação", diz.
Conforme especialistas, além desses produtos, os importados como bacalhau e azeite devem ficar mais caros. As viagens internacionais também podem ser reajustadas. O dólar para o turismo seguiu a alta. Além da compra da moeda, as hospedagens e as passagens aéreas passam a custar mais para quem pretende viajar.
Aqueles produtos que usam matérias-primas importadas na sua fabricação podem ter um aumento no preço final a médio prazo. Neste caso, componentes de eletrônicos e eletrodomésticos como geladeiras e televisores sentirão o impacto. Os remédios, muitos importados ou feitos com insumos vindo de fora, podem ter alteração nos valores vendidos ao consumidor.
A gasolina e diesel, que já estão em alta devido à cotação do petróleo no mercado internacional, também são diretamente afetados pela alta da moeda norte-americana. Com a suba desses derivados do petróleo, o frete deve ficar mais caro e impactar em diversos setores da economia.