Univeso Pet
Como lidar com a morte de um pet
A morte de um pet é um momento muito difícil na vida dos tutores. Mais do que uma companhia, os amigos de quatro patas tem se tornado, ao longo do tempo, integrantes das famílias. A psicóloga Dilce Helena Alves Aguzzi explica que, para as crianças, a convivência com os pets pode ser uma oportunidade importante para aprender sobre os ciclos da vida.
Dilce destaca que a adoção de um animal pode ensinar para os mais novos sobre o convívio com outros seres vivos e suas necessidades, além da responsabilidade que as relações exigem. Ela fala que esse tipo de perda faz parte da vida e essa é uma oportunidade para a criança aprender a lidar com o luto.
A família, segundo ela, deve tratar a situação com delicadeza e atenção, mas de forma real. “É importante significar isso, mostrar que não é algo que tem explicação e também não depende de merecimento”, comenta. Nesse momento, a criança pode perceber um pouco do mundo, aprender a dar valor às relações a aos seres vivos.
A psicóloga ressalta que é importante tratar o tema com sinceridade e responder às perguntas feitas. Ela lembra que, muitas vezes, os pais ficam mais apavorados com a situação que os filhos. É importante que os adultos não tentem blindar os pequenos de todo o sofrimento, o que pode causar problemas no futuro.
Dilce não aconselha que os responsáveis tenham pressa em levar outro animal para a residência. “Normalmente a criança entende que um ser vivo não é substituível por outro”, declara. O melhor é deixar que a criança sinta a necessidade e peça para que um novo pet seja adotado.
Mesmo parecendo cruel, deve-se contar à criança o que aconteceu. “Podemos transformar tudo em uma aprendizagem”. Se o animal foi atropelado, por exemplo, a criança pode refletir sobre a segurança. Se o pet estava doente, o tutor pode falar sobre saúde e vacinação também.
Sobre os rituais que podem ser feitos pela família, Dilce comenta que a cultura familiar deve ser respeitada. Não deve-se fazer disso um evento grandioso ou tratar o fato como se não tivesse importância.
A profissional observa que os idosos têm mais facilidade para lidar com essas perdas. Para os adultos, ela comenta que os pets, muitas vezes acabam ocupando a posição de familiares, o que torna a situação difícil. A psicóloga salienta que não se deve sentir vergonha dos sentimentos. Os tutores também podem falar sobre o problema e procurar ajuda, caso a dor esteja muito intensa.