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Minuano Saúde

Capa – Estimulação cognitiva no envelhecimento saudável

Publicada em 03/09/2018
Capa – Estimulação cognitiva no envelhecimento saudável | Minuano Saúde | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler
página 2 ou 3

O envelhecimento envolve fatores exógenos e endógenos, constituindo-se como um processo gradual, ou seja, não acontece simultaneamente em todo o organismo nem está associado a uma doença. Já nascemos com uma espécie de degeneração geneticamente programada devido ao envelhecimento celular e da incapacidade das células de se dividir, renovar e regenerar.
Observa-se, nas últimas décadas, um envelhecimento populacional (crescimento de 49,3% entre 1991 e 2000 no grupo de 75 anos ou mais) e, assim, um aumento do interesse na prevenção para um envelhecimento saudável o que é evidenciado através do aumento do número de estudos e publicações sobre o assunto.
Deficits físicos, cognitivos e comportamentais são resultantes de um conjunto de alterações biológicas. No cérebro, ocorrem mudanças neurofisiológicas (fluxo axoplasmático lentificado, diminuição das sinapses, redução da plasticidade), neuroquímicas (alterações na circuitaria colinérgica) e estruturais (redução volumétrica do hipocampo, núcleos da base, córtex). O cérebro de um idoso difere do de um indivíduo jovem do ponto de vista morfológico (declínio do peso e do tamanho).
Nesta edição, a psicóloga Fabiane Caillava, do curso de psicologia da Urcamp, irá falar sobre alguns transtornos que o envelhecimento traz e como estimular o envelhecimento saudável.

Página 2 e 3 – Déficits de memória e demência
Fabiane conta que depressão e demência estão entre os transtornos neuropsiquiátricos que mais afetam a qualidade de vida dos idosos.
Entre as queixas mais frequentes em idosos, destaca-se o deficit de memória, por isso esta função tem sido foco de muitos estudos nas últimas décadas. “A memória de procedimento (dirigir, ler, completar palavras), a memória semântica (lembrar da capital de um país ou de elementos de uma dada categoria) e a alça fonológica (recordação imediata de uma sequência de letras ou números) geralmente encontram-se preservadas. Entretanto, a memória episódica (recordar um evento pessoal), a memória prospectiva (lembrar de desligar o forno em meia hora) e a memória operacional (capacidade de reter e manipular informações por um curto período de tempo) podem apresentar algum nível de comprometimento”, destaca a psicóloga.
Para explicar estes deficits existe uma hipótese de que os lobos frontais estejam envolvidos nestas tarefas e que os idosos passam a ter maior dificuldade nos processos inibitórios, ressalta a profissional. “Assim, tem dificuldades em suprimir informações irrelevantes às tarefas, tornando-se mais suscetíveis às informações que deveriam ser desprezadas, recordando-as e experimentando interferências na memória”, comenta a especialista.
Na década de 80, surgiu o termo Comprometimento Cognitivo Leve (CCL), definido como uma queixa de memória (corroborada por familiar e por testes neuropsicológicos) com preservação das demais funções cognitivas e das atividades da vida diária. (Petersen, et. al., 2001). 10 a 15% dos idosos com CCL evoluirão para demência a cada ano, um número elevado quando comparado aos idosos sadios (1 a 2% ao ano).
Considerando estes números, a Academia Brasileira de Neurologia estabeleceu recomendações e sugestões de tratamento para demências, incluindo tratamento farmacológico e não farmacológico.

Fatores de proteção
Prevenção primária refere-se a fatores relacionados a riscos ambientais ou pessoais que possam ser desencadeadores de doenças como idade, etnia e genética, os quais não podem ser alterados.
A psicóloga ressalta que, entretanto, é possível que o envelhecimento saudável seja conquistado por indivíduos que desde cedo tenham se preocupado em ter uma dieta adequada, fazer atividade física, não usar drogas lícitas ou ilícitas (álcool com moderação) ou estar submetido a condições debilitantes como alto nível de estresse físico e mental. “Estes fatores associados a um planejamento mais específico para esta época da vida, são fundamentais para um envelhecimento mais saudável”, acrescenta.
A prevenção secundária é dirigida àqueles indivíduos que já apresentam alguma disfunção como doenças crônicas (cardiovasculares, pulmonares, endócrinas) ou deficits na acuidade visual e auditiva e que pertencem a um determinado grupo de risco. A partir daí, pode-se pensar em um incremento na qualidade e estilo de vida dos idosos e em formas de atendimento a esta população.
A prevenção terciária trata do suporte dispensado ao idoso visando minimizar os efeitos da doença quando esta já está instalada (e eventualmente a busca da cura).

Estimulação cognitiva
Por definição, Reserva Cognitiva (RC) se refere “a qualquer circunstância onde o cérebro é capaz de sustentar, de forma ativa ou passiva, um dano sofrido, que justifique porque indivíduos com lesões ou patologias cerebrais de similar extensão não apresentam mesma manifestação clínica” (Stern, 2002).
Podemos dividir em dois tipos: reserva passiva e reserva ativa, informa a psicóloga Fabiane. No primeiro existem variáveis (volume cerebral, quantidade de sinapses e ramificações dendríticas) que permitem uma tolerância ao comprometimento cerebral antes das manifestações clínicas ficarem visíveis (Tate, et. al., 2011). No segundo, está o conceito de que o cérebro busca compensar os deficits através de redes que não se faziam necessárias à execução da tarefa anteriormente (Stern, 2002). “Assim, idosos com mesmo dano cerebral podem manifestar os sintomas cognitivos de diferentes formas”, completa.
A RC se dá principalmente pelos anos de escolarização formal, mas outras variáveis como habilidades linguísticas, nível ocupacional, atividades físicas e de lazer realizadas durante a vida também podem ter influência na aquisição da mesma. Já se sabe que idosos com maior reserva cognitiva demoram em torno de sete anos mais para manifestar perdas cognitivas, embora apresentem uma curva de declínio cognitivo mais intenso.
Fabiane conta que além dos já citados, fatores como envolvimento em atividades de laser, realização de atividades profissionais desafiadoras do ponto de vista cognitivo, além dos aspectos relacionados a saúde básica, como realização de atividade física e manutenção da qualidade de sono contribuem para um melhor funcionamento do cérebro e para que a reserva possa se consolidar.
Apesar do conceito de reserva cognitiva ainda ser hipotético, os resultados das pesquisas demonstram que o desenvolvimento cognitivo contínuo contribui frente a um quadro degenerativo. Funções cognitivas não exercitadas no funcionamento diário podem ser perdidas muito antes daquelas que que se fazem necessárias no dia a dia. Por isso, a Neuropsicologia, especialização reconhecida pelo Conselho Federal de Psicologia e dedicada à investigação, avaliação e reabilitação de funções cognitivas passou a estudar o fenômeno.
Ela também salienta que até um tempo atrás a Reabilitação Neuropsicológica, intervenção integrada dos tratamentos cognitivo, psicoterapêutico e medicamentoso, era considerada apenas para pessoas que apresentassem algum dano ou degeneração cerebral no sentido de recuperar funções cognitivas perdidas ou alteradas. Atualmente, devido ao conceito de plasticidade neural, instituiu-se que a Estimulação Cognitiva (EC) pode ser realizada por qualquer pessoa, mesmo idosos, no sentido de exercitar o cérebro através de tarefas para mantê-lo ativo pelo maior tempo possível. “A EC preconiza não só o treino cognitivo como também prioriza autoajuda, independência para atividades de vida diária, melhora no desempenho acadêmico ou profissional e capacitação de habilidades interpessoais e socioemocionais”, destaca.
As sessões de treinamento cognitivo são pensadas de acordo com as necessidades e interesses individuais estimulando estratégias de memorização, função executiva, orientação para uso de auxílio externo, uso de pistas para redução do erro durante a aprendizagem, dentre outros (Wilson et al., 1994). “A EC é realizada por profissionais especializados, mas nada impede que idosos saudáveis busquem suas próprias estratégias de estimulação como a participação em grupos sociais, novas aprendizagens como tocar um instrumento musical, aprender a usar novas tecnologias ou uma nova língua, dentre outros”, diz.

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