Editorial
Energia mais cara
Se alguém questionava os sequentes aumentos no custo da energia elétrica, que se prepare, porque vem mais por aí. A Aneel aprovou, ontem, uma revisão do orçamento da Conta de Desenvolvimento Energético, taxa que banca programas sociais, assim como descontos tarifários e empréstimos subsidiados pelo setor. Na prática, a decisão colocará, mais uma vez, o contribuinte para o pagador da conta final.
Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica, a proposta apresentada no dia 7 de agosto previa que seria necessário aumentar a arrecadação em R$ 1,446 bilhão. Porém, após a audiência pública, o órgão regulador decidiu elevar o valor necessário para bancar as despesas da CDE em R$ 1,937 bilhão.
Trata-se, sobretudo, do tradicional custo embutido. Este ano, por exemplo, dos mais de R$ 18 bilhões programados para o CDE, nada menos que R$ 16 bi seriam pagos pelos consumidores. Somente a parcela restante, substancialmente menos, por recursos próprios do fundo setorial que concede benefícios a diversos grupos de interesse, como a tarifa social da baixa renda e o programa Luz para Todos, descontos para diversos grupos, como agricultores e irrigantes, subsídios para energias renováveis e para a compra de carvão, empréstimos subsidiados para as distribuidoras da Eletrobras, compra de combustível para usinas termelétricas em regiões isoladas, entre outros.
Detalhe: de acordo com nota da própria Aneel, um dos principais itens que levaram ao aumento do custo foram os gastos com compra de carvão mineral, elevados de R$ 752 milhões para R$ 850 milhões, para abastecer termelétricas do Norte do País. São mais de R$ 5,8 bi destinados para isso. É importante atentar para tal fato, em especial quem habita a Campanha gaúcha. Detentora das principais reservas do País, a região vive incertezas quanto a investimentos no setor, inclusive com a possibilidade de venda da Companhia Riograndense de Mineração (CRM), estatal gaúcha que vem, segundo dados públicos, diminuindo a extração devido à redução de compra do mineral por parte do seu principal cliente, a Eletrobras, que abastece a Usina Presidente Médici, em Candiota.
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