Cidade
Gaúchos desenvolvem formas alternativas para perpetuar a tradição
Em meio ao período de forte tradicionalismo da Semana Farroupilha, grupos de amigos e entidades se reúnem para cultivar os costumes do povo gaúcho. Na Rainha da Fronteira, além das tradições se manterem vivas durante o ano todo, nos Centros de Tradições Gaúchas (CTGs), e pelas comemorações no mês de setembro, os bajeenses também buscam diversas outras formas de celebrar o Dia do Gaúcho.
Um tipo de atividade com este objetivo é a programação das escolas locais, que buscam incentivar seus alunos a preservar a cultura gaúçha, através de atividades pedagógicas e festivas com a temática. Na Escola Estadual de Ensino Médio Luiz Maria Ferraz (Ciep), que conta com cerca de 800 alunos, as comemorações iniciaram na sexta-feira passada, quando os estudantes buscaram a chama crioula no CTG Prenda Minha.
Segundo a vice-diretora do Ciep, Joice Fernandes e Souza, a partir desse momento, se iniciaram as atividades farroupilhas na escola, as quais contaram com apresentações musicais e de dança, mateadas, almoços e jantares campeiros, a montagem de um rancho e até mesmo palestras sobre a história de Bagé.
Na manhã de ontem, enquanto era assado um churrasco de confraternização para a comunidade escolar, os alunos apresentavam danças típicas e realizavam uma mostra de trabalhos sobre o tema. Para a vice-diretora, é importante que as crianças cultivem a cultura do povo gaúcho, já que elas serão responsáveis pela preservação da história e as lembranças da terra. Ela conta que os alunos se demonstram participativos e até surpreendem a gestão da escola, ao ajudar com a construção de um rancho no pátio. "Nós temos uma boa quantidade de alunos que já tem estes costumes de casa. Então, quando a gente lança uma ideia, eles se mostram interessados e dão apoio à iniciativa", salienta.
Outro exemplo de confraternização de pessoas que desejam cultivar as raízes gaúchas se deu a partir da ideia do empresário Éverton Castro, que construiu um piquete ao lado de seu salão de festas, na avenida Caetano Gonçalves, para reunir amigos, familiares e clientes em um espaço acolhedor. Ele conta que, desde o início da Semana Farroupilha, a estrutura tem recebido cerca de 50 pessoas a cada noite, quando ocorrem jantares campeiros e bailes com apresentações de músicos nativistas.
Castro destaca que a ideia deu tão certo que o piquete, o qual deveria ser desfeito após o feriado de 20 de Setembro, continuará aberto para mais eventos durante o ano. "Tem todo um sentimento que a gente põe aqui, para reunir a família e os amigos. E, claro, preservar as tradições", ressalta.