Cidade
Bidart se torna polo de educação para surdos
A Secretaria Municipal de Educação e Formação Profissional (Smed) realizou, ontem, a condecoração da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Fundação Bidart como polo de atendimento aos estudantes surdos. O evento, que reuniu a comunidade escolar e representantes da secretaria, ocorreu durante a manhã, em frente ao prédio da instituição, e contou com apresentações artísticas e atividades inclusivas, realizadas pelos alunos.
Na ocasião, a titular da Smed, Adriana Lara, salientou a escola como um exemplo de inclusão conquistado através do projeto "Libras para Todos", que tem como objetivo o ensinamento da Língua Brasileira de Sinais (Libras) para todas as comunidades escolares bajeenses. "Nós tínhamos e ouvíamos muito a inclusão de direitos, mas 'de fato', que é onde a comunidade abraça a causa, nós estávamos deixando a desejar. Então, esta proposta é abraçada com muito carinho pela direção da escola Bidart, pelos professores e por essa maravilhosa equipe que ama a educação", declarou a secretária.
Segundo a coordenadora do setor de Inclusão da Smed, Mara Rúbia Pinheirua Rosa, dos nove alunos surdos da rede municipal, sete estudam na Fundação Bidart, entre a pré-escola e o nono ano, com a ajuda de profissionais especializados, entre professores e intérpretes. Isso, segundo a ela, foi uma decisão da pasta para centralizar a implantação do projeto, de forma que o trabalho iniciado na instituição norteie a ampliação em toda a rede. Mara informa que, embora a Smed ainda necessite de estrutura, os recursos já estão sendo buscados, e destaca que a preocupação da pasta é com a qualidade do ensino. "Queremos que nossos alunos surdos consigam manter o mesmo nível dos ouvintes. Nossa intenção é que eles possam ir para a faculdade e entrar no mercado de trabalho, como qualquer um de seus colegas", enfatiza.
Para a diretora da instituição, Albéres Siqueira, o recebimento do título de polo de educação para surdos é uma honra para toda a comunidade escolar. Ela vê a condecoração como fruto de um trabalho que acontece desde que o projeto foi instalado na escola, ainda na gestão de Andreia Simões Pires, que, hoje, atua como vice-diretora da escola. "Nós vemos isso como um presente da Smed, para podermos compartilhar com os alunos que já eram da escola e para os que chegaram depois", afirma.
Depoimento da comunidade
Renata Machado é mãe da aluna do quinto ano, Alanis, 11 anos. Ela conta que a menina entrou na rede municipal de ensino ainda no maternal e sempre teve suporte de professores e intérpretes especializados. No entanto, afirma que a menina teve uma mudança positiva em suas notas e na interação com os colegas após ser introduzida no projeto de escola referência. "Eles se sentem muito acolhidos, tanto é que aonde eles chegam, que acabam encontrando uma pessoa que saiba um simples sinal de 'oi' ou um 'boa tarde', eles se surpreendem, porque é uma coisa que não é comum para eles", declara.
Carla Brito, que é mãe do aluno Alexandre, de 11 anos, também destaca a qualidade do ensino. "Eles têm muito mais interação com os colegas, os professores e os intérpretes são excelentes. Só temos a agradecer", ressalta.
O ato encerrou com uma série de atividades como o Hino Nacional entoado pelos presentes e mostrado por alunos em Libras, uma apresentação de rap, atividades de Judô, dança e agradecimentos de professores e pais de alunos.