Coisas de Bagé
As expressões que caracterizam o linguajar bajeense
Por Willians Barbosa
Acadêmico de Jornalismo
Nossa região é profícua para proliferação de expressões que nascem, florescem e consagram-se no vocabulário bajeense. Tanto por consequência da fronteira com o Uruguai quanto pelas peculiaridades culturais de quem vive na região da campanha.
Isaphi Marlene Jardim Alvarez, professora de Letras Línguas Adicionais, da Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA, rememora algumas das expressões comumente utilizadas na região. “É comum o uso das expressões bombear, que significa mirar ou vigilar, cusco que quer dizer cachorro, entrevero que se refere a briga generalizada, guapo que pode ser bonito, atrevido e/ou ousado. E pechada é usada quando acontece uma batida entre veículos”, destaca.
Sobre o uso da expressão “merece”, Isaphi comenta que é uma palavra bastante utilizada após o agradecimento de praxe, principalmente em Bagé. “A palavra, que na sua classificação gramatical é a conjunção em presente do indicativo, terceira pessoa do singular, pode ter sofrido um processo de gramaticalização, ou seja, pode ser usada a funcionar como sinônimo da locução adverbial ‘por nada’ – expressão que deveria ser usada após um agradecimento. Contudo, desconheço estudos a respeito da motivação desse processo’’, explica.
Já Margareth Jardim, moradora da Zona Rural da cidade, chama a atenção para a pronúncia das palavras, que, para ela, é o que mais diferencia do linguajar visto na Zona Urbana, como a troca da letra V para o B, como ‘’bamo, bassora’’. “E não é comum na zona rural as gírias que são usadas na cidade’’, completa.
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