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Coisas de Bagé

Ba-Gua: A Rivalidade e a Força de uma Cidade

Publicada em 06/10/2018
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Por: Renan Silveira

Não há quem acompanhe o futebol do Rio Grande do Sul e desconheça a tradição e a expressividade das duas agremiações de Bagé. Um clássico que já dura quase 100 anos, e um antagonismo que, literalmente, divide uma população. Guarany Futebol Clube e Grêmio Esportivo Bagé ostentam uma história invejável até para os grandes clássicos nacionais.

Um dos fatores que explicam esse amplo reconhecimento é o pioneirismo. Foram os países da bacia do Rio da Prata, em 1867, os primeiros a receberem o esporte bretão no continente. E diferente dos vizinhos sul-americanos, o Brasil demorou um pouco mais para ser introduzido ao futebol. Neste contexto, Bagé, situada na fronteira com o Uruguai e dispondo de estreitas ligações com a cultura castelhana, foi indispensável para os primeiros passos do esporte e sua propagação em território brasileiro.

O Guarany, primeiro clube da cidade, foi fundado em 1907. É o 4° clube mais antigo do estado, e o 13° do país. Seu estádio, o Antônio Magalhães Rossell - popular “Estrela D’Alva”, foi o 3° a ser inaugurado dentre todos do Brasil. Quando alcançou as conquistas máximas do futebol gaúcho nos anos de 1920 e 1938, o clube traçou uma façanha ainda sem precedentes: é a única equipe, exceto a dupla Grenal, a sagrar-se campeã do Gauchão mais de uma vez.

Para Tato Moreira, ex-mandatário do Guarany (2004-2005, 2010, 2013, 2016 e 2017), o futebol sofreu profundas modificações nos últimos 15 anos. Os investimentos tornaram-se ainda mais polarizados e restritos a quem está na mídia. Entretanto, mantém-se otimista: “O nosso clube é um dos mais lembrados do interior do estado, e sempre procura montar fortes equipes dentro da realidade. Em pouco tempo o Guarany deve se reerguer.” Para ele, o maior desafio é atrair novos investidores, e não depender apenas dos que apóiam na condição de apaixonados pelo clube.

Partida inesquecível para Tato: Lajeadense 2x3 Guarany (21 de maio de 2006)
Neste embate fora de casa, o alvirrubro garantiu classificação para a fase final da 2ª divisão. A vitória era fundamental visto que o clube estava aguardando decisão do tribunal, e obrigatoriamente perderia pontos. No final das contas, o índio passou de fase, foi campeão e retornou ao Gauchão após 21 anos.

No caso do Bagé, nascido no ano de 1920, foi necessário apenas cinco anos para “os imortais de 25” comprovarem a vocação da Rainha da Fronteira no ludopédio, e conquistarem o Rio Grande. Na ocasião, derrotando o Grêmio Porto Alegrense. Além disso, foram também cinco vice-campeonatos. Na sala de troféus do estádio Pedra Moura ainda está presente a taça da Copa Governador do Estado, de 1974.

Carlos Alberto Ducos, ex-presidente jalde-negro (1995, 2008-2012, 2014 e 2016), entende que um dos motivos do declínio de tradicionais equipes passa pela Federação Gaúcha, que concentrou os investimentos em poucos clubes da série A, deixando a maioria sem receber qualquer receita. Ele também defende um calendário estadual com partidas durante o ano inteiro. “Não se pode dar férias ao torcedor, isso dá margem para que desenvolvam preferência por outros clubes”, desabafa. Mas admite a parcela de culpa dos clubes da região: “Nós paramos no tempo. Por anos deixamos de acompanhar o crescimento dos demais.”

Partida inesquecível para Ducos: Guarany 0x1 Bagé (15 de dezembro de 1974)
Após um longo campeonato que contava com 17 equipes, o Bagé chega à última rodada com chances de tornar-se campeão. Mas para isso, precisava enfrentar o maior rival em pleno Estrela D’Alva. Após uma vitória sofrida, o Bagé sagra-se campeão da imponente Copa Governador do Estado.

Mas as façanhas não são apenas individuais. O clássico Ba-Gua é o que mais vezes aconteceu no estado: foram 427 edições (até junho de 2018); contra 416 do segundo colocado, o Grenal. Os números também ressaltam o equilíbrio: são 157 vitórias do Guarany, 147 do Bagée 123 empates. Os três títulos gaúchos da dupla bajeense, quando somados, ficam atrás somente da capital. No interior, a Rainha da Fronteira (dois clubes) ainda é, empatada com Pelotas (três clubes) e Rio Grande (três clubes), a cidade que mais conquistou o campeonato estadual.

O atual período do futebol bajeense é discreto. Seria fatal, se tratando de equipes modestas. O exemplo são tantas outras que não sobreviveram ao tempo e aos fracassos. Mas Bagé e Guarany não se incluem nesse grupo. A dupla antológica carrega debaixo do braço décadas de protagonismo inigualável, a paixão de milhares de torcedores, e a esperança de um dia retornar às glórias do passado.


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