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Sistema biométrico gera filas em seções na Rainha da Fronteira
O uso do sistema biométrico na eleição deste ano, mesmo que de maneira mista (não total), causou alguns atrasos para a conclusão da votação por parte dos eleitores. Em Bagé, por exemplo, algumas seções chegaram a ter filas, como no caso das fixadas na Escola Municipal de Ensino Fundamental Téo Vaz Obino, um dos maiores colégios eleitorais da Rainha da Fronteira, com mais de 3,9 mil votantes, realocados da Escola Estadual de Educação Básica Professor Justino Costa Quintana.
De acordo com Marcelo Camargo Nascimento, secretário de uma sessão, com 357 eleitores, os problemas com o sistema biométrico foram os principais motivos para atrasos no processo eleitoral. Nascimento destaca que a maioria dos votantes teve certo desconforto por necessitar refazer o processo mais de duas vezes. Isso, segundo ele, se deu, tanto devido à pessoa não conseguir posicionar o dedo da forma certa, quanto não conseguir ter sua biometria lida pelo equipamento. “Tivemos muito mais casos de dificuldades com leitura do que facilidades no andamento”, comentou.
Um dos eleitores a votar no local, Jorge Pintos, 61 anos, conta que esta foi a primeira vez que precisou enfrentar filas para votar. “Já deve fazer uns 15 minutos que eu cheguei. Pelo jeito, vou ter que ficar mais meia-hora aqui. Não é que tenha muita gente, mas a fila está, realmente, demorando”, disse.
Em coletiva de imprensa, realizada em Porto Alegre, no domingo, o secretário de Tecnologia da Informação do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RS), Daniel Wobeto, disse que a lentidão nas filas já era um fator esperado pelo órgão, pois, embora o uso da biometria agregue mais segurança ao processo eleitoral, ele aumenta o tempo de espera para o voto. “As pessoas estavam acostumadas com um padrão de fila e um padrão de tempo de eleição e isso quebrou de uma hora para outra. Então, até a próxima eleição, as coisas tendem a voltar ao normal. As pessoas vão se acostumando com o processo”, declarou.
Cadastro
Dos cerca de 92 mil eleitores aptos a votar, na Rainha da Fronteira, apenas 16,28% já contavam com identificação biométrica até a data da eleição. No entanto, muitas pessoas que ainda não haviam feito o recadastramento foram surpreendidas, pois precisaram inserir suas digitais no equipamento de identificação biométrica, antes do processo de votação.
Conforme a juíza da 7ª Zona Eleitoral, Naira Melkis Pereira Caminha, isso aconteceu através de um convênio entre o TRE e a Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio Grande do Sul, que permitiu a importação dos dados de todos os eleitores inseridos no sistema da pasta, retirados através de cadastros como a renovação ou emissão da Carteira de Identidade e outros documentos.
Neste pleito, aproximadamente 6,4 milhões cidadãos gaúchos tiveram que colocar suas digitais no leitor biométrico, sendo que 4.991.213 eleitores foram identificados, pois já fizeram seu recadastramento, já os outros 1.428.211 tiveram seus dados importados de outros documentos. No Rio Grande do Sul, dos 497 municípios, 426 já concluíram a revisão biométrica de todos os seus eleitores.