Cidade
Hulha Negra lidera pedidos de situação de emergência na região
Um levantamento, divulgado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), apontou que Hulha Negra foi o município da região que mais encaminhou pedidos de situação de emergência nos últimos 15 anos. O município contabilizou 16 homologações pela União, principalmente com a situação de estiagem. Em 2003, 2010, 2013 e 2015 chegaram a dois pedidos por ano. Os infográficos publicados contam com dados de Estado de Calamidade Pública (ECP) e Situação de Emergência (SE) dos municípios e podem ser acessados no site da CNM. A pesquisa tem o objetivo de auxiliar os gestores municipais com iniciativas de prevenção e enfrentamento.
O levantamento aponta Bagé na segunda posição da região, com 13 decretos de 2003 a 2018. A pior situação foi em 2010, quando o município encaminhou três solicitações. Candiota aparece em terceiro lugar, com 12 pedidos, destacando os anos de 2010 e 2015, com dois cada um. Por último, aparece Aceguá, com sete solicitações, sendo duas em 2010.
Conforme o vice-prefeito e coordenador da Defesa Civil de Hulha Negra, Igor Ballejo do Canto, mesmo liderando os pedidos, o município não conseguiu muita coisa com os decretos. Ele salienta que os principais motivos foram estiagem, vendavais com destelhamentos e excesso de chuva. "No último pedido, recebemos sacolões e R$ 21,9 mil para abastecer os caminhões. Esse valor ainda não conseguimos usar devido à burocracia", comenta.
Para suprir os problemas históricos de falta de água, o município conta com poços artesianos e caixas de água elevadas nos bairros. Além disso, estão sendo instalados hidrômetros nas residências para controlar o consumo no verão. A prefeitura também irá contar com a barragem construída pela Pampa Sul, mas os trâmites para a utilização devem ser concluídos a partir de março. "Acabamos pagando materiais e auxiliando a população com recursos próprios", afirma.
Baixo investimento
A CNM alertou que o principal problema do País em relação aos recorrentes decretos de anormalidades é o baixo investimento financeiro e humano em prevenção. O presidente da Confederação, Glademir Aroldi, ressalta que, nos últimos cinco anos, a entidade contabilizou um prejuízo de R$ 244 bilhões, e, nestes mesmos cinco anos, o investimento para recuperação de desastres foi na ordem de R$ 5 bilhões, dos quais apenas R$ 500 milhões investidos em prevenção.