Editorial
Ninguém pode parar a liberdade
Por Marcelo Rodríguez, acadêmico de Jornalismo
Provavelmente, neste espaço, você esperava ler sobre o resultado do segundo turno das Eleições 2018. Mas quero falar sobre um outro assunto. Um assunto que nos toca diretamente. Na última semana, o Jornal MINUANO trouxe uma cobertura especial sobre o Congrega 2018 e a Feira das Profissões Urcamp. Dois dos maiores eventos educativos da região.
Na verdade, a cobertura foi mais do que especial. Isso porque foi inteiramente produzida por acadêmicos do curso de Jornalismo. Afinal, nada mais justo do que os alunos apropriando-se das ferramentas oferecidas pelo seu Jornal laboratório. Mas não foi só isso. Os estudantes de todos os semestres se envolveram em uma cobertura multimídia inigualável.
Sobre isso, há duas questões. Por um lado, a confiança que a Urcamp tem na formação oferecida em suas salas de aula. Por outro, a coragem desses jovens que botaram a cara a tapa e enfrentaram um enorme desafio. Coragem que, certamente, terão de ter em dobro a partir do momento em que finalmente concluírem a graduação. Afinal, tempos difíceis vêm por aí.
Independentemente de lado político, o nosso Brasil, o mesmo onde o sol da liberdade, em raios fúlgidos, brilhou no céu da pátria em algum instante, passa por um dos mais delicados momentos da sua história. Um momento onde a democracia é fragilizada por ódios individuais, que atingem os coletivos sociais. E não. Não estou falando de crimes contra os direitos humanos. Falo de liberdade de imprensa.
A perseguição a jornalistas parece ser o esporte favorito da temporada 2018. Atacar o mensageiro e não falar da mensagem já é praxe. Somente durante as coberturas eleitorais, deste ano, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo registrou mais de 140 casos de ameaças e violência contra jornalistas. Casos atribuídos a idealistas de todo o espectro político. Não é só um lado.
Os acadêmicos de Jornalismo que assinaram a cobertura do Congrega 2018, nas redes sociais da Urcamp, nas páginas do Jornal MINUANO, nas ondas da Rádio Cultura e da Clube FM e em diversos meios de comunicação da região, terão a difícil tarefa de resistir, em nome da liberdade de imprensa e da democracia, em um futuro que não parece muito distante.