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As mulheres mudaram e a moda plus size também
As mulheres mudaram e a moda plus size também
Por Fernanda de Oliveira Guedes
Estudante de Jornalismo da Urcamp
A partir de movimentos body positivite (em prol do amor próprio), comemora-se o fato de que os padrões de beleza estão cada vez mais dentro do alcançável.
Mas não foi sempre assim. Você sabia que o termo plus size surgiu em 1920 e era usado para especificar a moda para gestantes? De um tempo para cá, isso começou a mudar. Existem muitas lojas especializadas em moda plus size, que sabem como atender essa clientela que sempre existiu, mas nem sempre teve voz.
A moda acompanha as mudanças do mundo, isto é fato, mas e a moda plus size também? Até pouco tempo, isso não acontecia. Ver modelos plus size, que parecessem gordas reais era uma grande dificuldade das mulheres que estão fora do padrão e buscam representatividade no mundo da moda.
A loja Glayr Roupas e Acessórios é especializada em moda plus, sendo uma das empresas mais antigas do mercado na cidade, trabalhando com tamanhos regulares até o tamanho 62, e calças até o 80. Segundo Glayr Maciel, proprietária da loja, nem todos os fornecedores têm noção do que é o plus size. "Eles se baseiam nos tamanhos normais, tanto que em algumas confecções, o número máximo é o 52 ou 54”, explica. Para ela, apesar da demanda ter aumentado muito, a oferta de peças modernas, descoladas, ainda não é totalmente atendida pelas confecções que produzem as roupas. Glayr teve que se especializar nessa moda para poder atender aos pedidos de suas clientes. “É preciso cuidar corte, tecido, caimento, tudo. É necessário ter um estudo e atenção especial a essas clientes. Hoje, uma mulher de 50, 60 anos, está no seu auge, sente-se valorizada e quer elevar sua auto estima através de suas roupas”, reforça. Glayr salienta que por causa de seu público, entrou em contato com confecções plus, que não produziam peças maiores, e a partir de seu pedido, começaram a produzir roupas que atendessem às necessidades. “Todos querem conforto e poder se sentir bem, vestindo uma roupa bonita”, afirma.
A versão de quem usa moda
Rafaela Barreto é publicitária, tem 26 anos e usa moda plus size há, aproximadamente, quatro anos. Ela relata que viu muita evolução nesse mercado nos últimos tempos, que hoje em dia encontra estampas atuais, tecidos com corte feito para o seu formato de corpo. “Antigamente, as roupas que encontrávamos se limitavam a calças legging, camisetas e abrigos de moletom. Uma das maiores diferenças que vejo, é que antes as roupas não tinham uma modelagem feminina, elas eram masculinizadas, as calças não tinham corte, nem caimento, as camisetas e blusas, na sua maioria, eram estampas ‘de vovozinha’. O que me deixa mais feliz como consumidora dessa moda, é encontrar calças com uma modelagem moderna, skinny, flare, destroyed, boyfriend, vários modelos que só existiam para pessoas magras”, destaca a publicitária.
Para Rafaela, o que tornaria a moda acessível seria a democratização da mesma. “Quando quero comprar uma roupa, tenho que procurar muito, pois é difícil encontrar lojas que vendem tamanhos maiores, e quando vendem o preço é muito alto”, ressalta.
Tamara Vaz tem 22 anos e é Miss Bagé Beleza Absoluta Plus Size 2018 e Miss Internet RS Beleza Absoluta Plus Size 2018. Hoje, ela é ciente de sua beleza, mas nem sempre foi assim. Conta que em sua adolescência, consumia muitas matérias a respeito do assunto, mas não usava roupas da moda. Por ter vergonha do seu corpo, ela se escondia atrás de calças legging e camisetões. “Foi a partir dos 20 anos que comecei a me aceitar e entender que eu era gorda e sempre ia ser. Então, comecei a me interessar por tendências e fui atrás de lugares que atendessem a minha necessidade”, diz. Tamara, hoje, é confiante com seu corpo e com suas roupas, usa o que acredita que cai bem em suas formas. Ela é uma mulher que descobriu a beleza do seu corpo sem precisar se adequar a padrões irreais.
FOTOS
Tamara Vaz veste Glairreais
Rafaela Barreto