Cidade
Familiares movimentam cemitérios no Dia de Finados
Durante o Dia de Finados, inúmeras pessoas passaram a data dedicada aos mortos prestando homenagens nos cemitérios de Bagé. Os locais registraram movimentação, que iniciou durante a semana passada e se intensificou no dia dedicado aos que já partiram.
No Cemitério da Santa Casa de Caridade de Bagé, a sexta-feira foi de bastante circulação, já que milhares de bajeenses foram às necrópoles para homenagear os entes falecidos. O tempo ajudou e o movimento iniciou nas primeiras horas da manhã. Alguns limparam os túmulos durante a semana e outros tantos dedicaram o dia para oração e pedido de bênçãos. É o caso da bajeense Gabriela Torales, 42 anos. Ela vai a cada dois meses no cemitério e aproveitou o Dia de Finados para limpar o túmulo da mãe e, segundo ela, falar sobre a vida. A mãe de Gabriela morreu há 15 anos, mas ela ainda mantém o hábito das visitas.
Além disso, a bajeense tem o costume de visitar o túmulo de Maximiliano Domingos do Espírito Santo, conhecido como Mão Preta ou Preto Caxias, que foi um enfermeiro conhecido pelo seu trabalho de cuidado aos pobres na cidade. Gabriela comenta que já recebeu várias graças e por isso tem muita fé. O túmulo é um dos mais visitados pelos bajeenses, que o cobrem de flores e placas, em agradecimento às graças alcançadas.
O casal Sandra Cornelis Camargo e Manuel Abel Camargo vieram de Porto Alegre para visitar a tia, Jaci Ribeiro Camargo, e aproveitaram para acompanhá-la no cemitério. Sandra comenta que o dia é de recordar os que se foram, mas afirma que esta é uma tradição das pessoas mais antigas. "Os jovens não vão no cemitério. Em Porto Alegre, a vida é corrida e as pessoas usam a cremação", disse.
Por ser um dia de saudades, um grupo de religiosos da Igreja Testemunhas de Jeová fez um trabalho voluntário, levando mensagens de esperança aos familiares. A voluntária Tânia Cuadros e o esposo, Josué, disseram que é importante trazer a atenção das pessoas para a Bíblia. "É um dia especial para o trabalho educativo com mensagens de fé", salienta.
Comércio
O florista Adriano Pinheiro, 42 anos, herdou a banca de seu pai, Noé, falecido no ano passado. Ele conta que o Dia de Finados, para a floricultura, que fica junto ao cemitério, é como o Natal para aos comerciantes.
Pinheiro trabalhou com o pai, desde os 10 anos, e hoje conta com a ajuda dos filhos para a comercialização. "Temos clientes fixos todo o ano" ressalta. A expectativa do florista era vender cerca de 200 arranjos. Conforme ele, as flores mais vendidas são os crisântemos.
São Martin
O cemitério de São Martin, que é de responsabilidade do governo municipal, recebeu manutenção para o Dia de Finados. O responsável pelo local, Cedenir da Rocha Chaves, 57 anos, atua como zelador da área e é responsável pelos enterros desde 1981.
Chaves comenta que o movimento foi intenso desde as primeiras horas da manhã, mas foi tranquilo e sem tumulto. A maioria dos túmulos são particulares. O primeiro jazigo fica no final do cemitério e pertence à família Almeida. "Os familiares dão manutenção todos os anos e mantêm o espaço arrumado", enfatiza.
O zelador comenta que, este ano, não foram colocados banheiros químicos e o ônibus que levava as pessoas até o cemitério não fez a rota. "Faltou infraestrutura para as pessoas", frisa.