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Santa Thereza, a casa do Festival de Cinema

Publicada em 13/11/2018
Santa Thereza, a casa do Festival de Cinema | Cidade | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler
Teatro Santo Antônio recebe projeções ao longo do evento

por Vinícius Silva

A Charqueada de Santa Thereza foi inaugurada em 21 de fevereiro de 1897 e fazia parte do projeto expansionista de Antônio Nunes de Ribeiro Magalhães, um dos maiores proprietários de terras e gado daqueles tempos. O local contava com o que havia de mais moderno para o abate e processamento da carne bovina e aos funcionários era oferecida excelente estrutura. Quem trabalhava - e morava - na charqueada havia serviços que iam da barbearia ao alfaiate. Em determinado momento, o Visconde mandou construir um espaço que contava com um grupo de arte dramática, banda musical e um cinematógrafo. Hoje, mais de 100 anos depois, o Teatro Santo Antônio recebe projeções e é, desde o princípio, a casa do Festival Internacional de Cinema da Fronteira, que acontece de 27 de novembro a 2 de dezembro.

Princípio

O cinema chegou em Bagé no final do século XIX. Tendo sido inventado em 1895, o cinematógrafo foi patenteado pelos irmãos Lumière e, basicamente, permite criar a ilusão de movimento a partir de uma série de imagens fixas e reproduzir esse movimento, projetando as imagens animadas em uma tela. Poucos anos depois essa maravilha chegaria a Bagé, transformando a Charqueada em palco para exibição de filmes para trabalhadores e moradores da vila. Esse fato serviu de inspiração para a criação do Festival da Fronteira. "O Visconde era um visionário, que valorizava a arte em geral. Como havia um cinematógrafo e projeções na Vila, o Centro tem, desde sempre, essa relação histórica com o cinema", afirma Adriana Gonçalves, Coordenadora do Centro Histórico Vila de Santa Thereza. Com o intuito de manter um calendário de atividades regular no local, novembro foi escolhido para ser o mês dedicado à sétima arte. Adriana destaca a evolução do evento. "Tudo começou com uma pequena mostra, com o Zeca (Brito, idealizador do Festival ) trazendo os seus filmes e dos seus colegas de faculdade. Na quarta edição, O Festival da Fronteira já era um evento internacional", completa.

Pampa Sem Fronteiras

Em 1922, com os negócios afetados pela I Guerra Mundial, o Visconde de Ribeiro Magalhães se viu obrigado a negociar uma parte dos seus imóveis e estâncias. A charqueada de Santa Thereza permaneceu em sua posse e, em 1925, foi iniciada uma reforma que nunca foi finalizada: em 11 de janeiro de 1926, morria Antônio Nunes de Ribeiro Magalhães, aos 85 anos. O espaço foi, gradualmente, sendo abandonado. Passaram-se mais de 70 anos até surgir um projeto de revitalização. "A comunidade de Santa Thereza pediu ajuda à Ierece Moglia, que fez uma grande mobilização para o resgate histórico daquele local", avalia Marilu Teixeira, que integrou o primeiro grupo pró-Santa Thereza, que tinha como objetivo restaurar a capela. O projeto cresceu e surgiu a ideia de restaurar o local, reconstruir o teatro e tornar o espaço um centro cultural. "O Cenarte acabou fechado em 2002 e, a partir daí, montamos uma associação para trabalhar por Santa Thereza", completa Marilu, presidente da Associação Pró-Santa Thereza.

As obras começaram em 2006 e teve como um dos pontos altos a reconstrução do Teatro Santo Antônio, que desde a sua reinauguração serve como espaço para peças de teatro e projeções de cinema. Nascia o Pampa Sem Fronteiras. "Desde 2013, o Centro Histórico é reconhecido como ponto de cultura e se dedica à produção audiovisual, bem como valorizar a cultura de fronteira", destaca Adriana Gonçalves. Segundo ela, o ponto já produziu 30 filmes. "O Pampa Sem Fronteira transita dos dois lados da linha divisória, produzindo material da fronteira para a fronteira", completa.

Espaço democrático

Um fato notável é que todas as atividades oferecidas ao público em Santa Thereza são gratuitas. Assim, um dos grandes desafios do Festival de Cinema é manter-se crescendo sem perder a essência democrática do Centro Histórico. "A vila é um espaço histórico, cultural e não-comercial", destaca Zeca Brito. "Aqui não é um espaço de venda, mas sim, de formação cultural. Buscamos não contaminar o espaço com mecanismos que não democratizem a cultura", completa. Já Adriana avalia o espaço como imprescindível para diversas atividades. "O IFSul é um grande parceiro, promovendo mostras de cinema. Muitas escolas reservam o teatro para exibição de filmes, além de atividades de cine clube", completa.

O status de ponto de cultura garantiu uma verba ao Pampa Sem Fronteira, que foi utilizada para aquisição de equipamentos de produção audiovisual, como ilha de edição, câmera, tripé e microfones. O equipamento pode ser utilizado por produtores locais mediante reserva. "Além de fomentar a cultura de fronteira, o ponto de cultura é fundamental para o Festival, pois incentiva a mostra regional", finaliza.

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