Cidade
Câmara aprova projeto que proíbe fornecimento de canudos plásticos em Bagé
Com apenas dois votos contrários, a Câmara de Vereadores aprovou, ontem, a proposta de lei que proíbe hotéis, restaurantes, clubes, bares e padarias de fornecerem canudos de material plástico.
A iniciativa, protocolada pelo líder do PDT, vereador Augusto Lara, autoriza a utilização de produtos em material reciclável ou biodegradável, estabelecendo penalidades para casos de descumprimento e sanções que variam de advertência à multa no valor de R$ 4 mil. As multas, conforme a redação da lei, serão atualizadas, anualmente, pela variação do Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do ano anterior. Vale lembrar que o texto não impede a comercialização dos canudos por empresas do atacado e varejo.
Ao avaliar o resultado da votação, o pedetista fez questão de destacar que a proposição surgiu da estudante Renielli Fagundes, que encaminhou a pauta ao seu gabinete. "Penso que é uma discussão mundial em favor da sustentabilidade. Países desenvolvidos já adotaram essa conscientização, se não de proibir, de fiscalizar. E nosso papel, enquanto parlamentares, é propor projetos neste sentido", sustentou.
O texto, para virar lei, agora, precisa ser sancionado pelo prefeito Divaldo Lara. "Acredito que ele irá aprovar em breve", mencionou Augusto, que reconheceu, em sua análise, que evitar a proliferação de canudos plásticos não vai resolver o problema do meio ambiente. Para ele, porém, a legislação proposta representa um passo importante rumo à criação de uma conscientização ambiental, de cuidar da cidade.
Empresários afirmam tratar-se de questão de educação ambiental
Para a empresária Morjana Torma Medeiros, grande parte da população não respeita a lei e vai continuar atirando o material em qualquer lugar. Ela salienta que é necessário a educação ambiental. Morjana tem uma lancheria e restaurante e pretende se adaptar à nova legislação.
A proprietária de outro restaurante e lancheria, Adriana Maciel Flores, tem comércio há quatro anos e, antes de assumir o ponto, em um prédio, trabalhava em um trailer. Ela ressalta que muitas pessoas atiram os canudos em qualquer lugar e é preciso conscientizar a população para que isso não aconteça. "Quando tínhamos o trailer era pior, mas realizávamos a limpeza para não prejudicar o meio ambiente", conta.
A empresária Simone Dourado ainda está em dúvida sobre a aplicação da lei. Ela comenta que pretende aguardar as novas regras para ver o tipo de material que poderá usar.